Luz no fim do túnel: plataforma digital mineira
reduz contas de energia residenciais em até 15%
Tatiana Moraes
Em meio à crise
econômica e atolados em dívidas, mineiros encontram em uma plataforma
desenvolvida por start-up mineira uma luz no fim do túnel. Ao assinar o
programa da Metha Energia, o consumidor entra no mundo da geração distribuída,
liderado por Minas Gerais no Brasil, e consegue reduzir em até 15% a conta da
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que somou reajustes de
aproximadamente 30% nos últimos dois anos. Tudo isso, sem fazer investimentos.
A empresa é uma das
pioneiras no Estado nesse modelo de geração quando o assunto é o segmento
residencial e já se prepara para entrar, também, no comercial.
A Metha opera de
forma simples e inovadora. Ela arrenda fazendas solares e usinas biodigestoras
no Estado (que produzem energia a partir de dejetos de animais) e repassa os
créditos gerados por elas a consumidores comuns. Para isso, o interessado deve
preencher um cadastro e integrar um consórcio liderado pela start-up.
Além da redução na conta de energia, André Andrade ressalta a facilidade
de adesão ao sistema
De acordo com as
regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os créditos criados
pela unidades de geração distribuída podem ser utilizadas pelo mesmo CPF ou por
integrantes dos consórcios em até cinco anos. Muitas vezes, no entanto, as
fazendas e unidades biodigestoras acabam desperdiçando o excedente.
“É formada uma
espécie de cooperativa e nós operamos esses créditos. Existem fazendas que
geram muita energia e não conseguem utilizá-la. Dessa forma, todos ganham”,
pondera o diretor de marketing da empresa, Fábio Teixeira. Ele destaca que os
créditos não podem ser repassados de outra forma que não seja por meio dos
consórcios.
Desconto
O desconto varia de acordo com a ligação do cliente e com o valor da taxa de iluminação pública. “A conta é formada por taxa de disponibilidade, iluminação pública e gasto com eletricidade. O desconto não recai sobre a taxa de disponibilidade e iluminação pública, apenas sobre o gasto”, explica o executivo.
O desconto varia de acordo com a ligação do cliente e com o valor da taxa de iluminação pública. “A conta é formada por taxa de disponibilidade, iluminação pública e gasto com eletricidade. O desconto não recai sobre a taxa de disponibilidade e iluminação pública, apenas sobre o gasto”, explica o executivo.
Aqueles que têm
ligação monofásica pagam 30 megawatts-hora (MWh) por mês de taxa de
disponibilidade. Residências bifásicas pagam 50 MWh e trifásicas, 100MWh. A
taxa de iluminação pública em Belo Horizonte é de aproximadamente R$ 18.
Robustez
Hoje, a Metha possui 6 mil clientes e espera dobrar de tamanho até o ano que vem. Empresas também têm interesse no negócio, que será oferecido a elas no curto prazo. “Mas nosso foco continuará nas residências”, garante Teixeira. Ao todo, a start-up opera sete fazendas solares e usinas biodigestoras espalhadas por Pará de Minas, Corinto e São José da Varginha, municípios localizados na região Central do Estado.
Hoje, a Metha possui 6 mil clientes e espera dobrar de tamanho até o ano que vem. Empresas também têm interesse no negócio, que será oferecido a elas no curto prazo. “Mas nosso foco continuará nas residências”, garante Teixeira. Ao todo, a start-up opera sete fazendas solares e usinas biodigestoras espalhadas por Pará de Minas, Corinto e São José da Varginha, municípios localizados na região Central do Estado.
Fábio Teixeira: “A conta é formada por taxa de disponibilidade,
iluminação pública e gasto com eletricidade. O desconto não recai sobre a taxa
de disponibilidade e iluminação pública, apenas sobre o gasto”
Teixeira destaca que
o abatimento na conta de luz pode demorar até 60 dias para ter início e o plano
não tem fidelidade. Dessa forma, caso a pessoa não goste, ela pode cancelar a
prestação do serviço a qualquer momento.
O arquiteto
urbanista e empresário André Andrade aderiu à plataforma da Metha Energia há
quatro meses e tem aprovado os resultados. Ele, que tinha uma conta de luz de
aproximadamente R$ 350, tem economizado entre R$ 30 e R$ 40 mensalmente. Isso
significa que, ao longo de um ano, a economia gerada chegará a cerca de R$ 420.
“Eu conheci a plataforma
na internet e achei muito tranquila adesão. Só precisei me cadastrar e enviar
uma foto da minha conta de luz. Recebo o desconto sem ter que fazer
investimento algum”, diz o consumidor.
Todo o processo
burocrático de migração do sistema convencional para a geração distribuída fica
por conta da Metha. Após o cadastro aprovado, a residência começa a receber um
boleto da start-up, que substitui a conta de luz da Cemig.
Concessionária
A Cemig também é beneficiada. Conforme afirma o diretor de Marketing da start-up, Fábio Teixeira, como há menos demanda da concessionária, a possibilidade de haver sobrecarga é reduzida. Além disso, a energética precisa fazer menos investimentos em manutenção.
Futuro
A geração distribuída é o futuro, conforme afirma o coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Araújo.De acordo com ele, como o valor do investimento nas placas é estável e a tarifa de energia tem sofrido uma escalada forte, é de se esperar que o modelo seja adotado por muitos consumidores nos próximos anos, seja por meio de geração remota, como no caso da Metha, seja como geração própria.
A Cemig também é beneficiada. Conforme afirma o diretor de Marketing da start-up, Fábio Teixeira, como há menos demanda da concessionária, a possibilidade de haver sobrecarga é reduzida. Além disso, a energética precisa fazer menos investimentos em manutenção.
Futuro
A geração distribuída é o futuro, conforme afirma o coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Araújo.De acordo com ele, como o valor do investimento nas placas é estável e a tarifa de energia tem sofrido uma escalada forte, é de se esperar que o modelo seja adotado por muitos consumidores nos próximos anos, seja por meio de geração remota, como no caso da Metha, seja como geração própria.
Neste segundo caso,
o consumidor instala no telhado de casa algumas placas fotovoltaicas que geram
energia. De dia, quando há sol, a residência utiliza a eletricidade gerada por
ela mesma. Quando não há uso, a energia é injetada na rede da Cemig. À noite,
quando o sol se põe, o cliente consome energia da concessionária. No fim do
mês, há um encontro de contas e o consumidor paga apenas a diferença. Como
resultado, é possível reduzir a conta em até 70%.
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