Trump ameaça China com tarifas sobre outros U$300 bilhões em produtos
Por Steve Holland e
Stella Qiu
© Reuters/CARLOS BARRIA Presidente dos EUA, Donald
Trump
Por Steve Holland e Stella Qiu
SHANNON, Irlanda/PEQUIM (Reuters) - O presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas sobre "ao
menos" outros 300 bilhões de dólares em produtos chineses, mas disse
acreditar que tanto a China quanto o México querem fazer acordos nas disputas
comerciais com os EUA.
As tensões entre as duas maiores economias do mundo
aumentaram acentuadamente desde que as conversas que visavam acabar com uma
guerra comercial acirrada fracassaram no início de maio.
Embora Trump tenha dito nesta quinta-feira que as
conversas com a China prosseguem, não houve encontros bilaterais desde 10 de
maio, dia em que ele aumentou em 25% as tarifas sobre 200 bilhões de dólares de
produtos chineses, levando Pequim a retaliar.
"Nossas conversas com a China, muitas coisas
interessantes estão acontecendo. Veremos o que acontece... eu poderia aumentar
ao menos outros 300 bilhões, e o farei na hora certa", disse Trump a
repórteres, sem especificar quais bens poderiam se afetados.
"Mas acho que a China quer fazer um acordo e
acho que o México quer muito fazer um acordo", disse Trump antes de subir
a bordo do Força Aérea 1 no aeroporto irlandês de Shannon para acompanhar as
comemorações do Dia D na França.
Em Pequim, o Ministério do Comércio chinês adotou
um tom desafiador.
"Se os Estados Unidos decidirem escalar as
tensões propositalmente, lutaremos até o fim", disse o porta-voz do
ministério, Gao Feng, em um boletim à imprensa de rotina.
"A China não quer travar uma guerra comercial,
mas tampouco tem medo de uma. Se os Estados Unidos decidirem escalar as tensões
propositalmente, adotaremos as contramedidas necessárias e salvaguardaremos
resolutamente os interesses da China e de seu povo".
O Ministério do Comércio também emitiu um relatório
sobre como os EUA se beneficiaram de anos de cooperação econômica e comercial
com a China, dizendo que as alegações norte-americanas de que Pequim se
aproveitou do comércio bilateral são infundadas.
"Desde que o novo governo dos EUA tomou posse,
vem desconsiderando a natureza mutuamente benéfica e vantajosa da cooperação
econômica e comercial China-EUA e advogando a teoria de que os Estados Unidos
foram 'derrotados' pela China no comércio", disse a pasta em um relatório
de pesquisa.
Depois de dizer que não houve progresso
"suficiente" nas maneiras de conter a imigração quando os dois lados
se encontraram na quarta-feira, Trump disse aos repórteres nesta quinta-feira
que o México avançou nas conversas, mas que precisa fazer mais.
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