'Uma reforma
da Previdência será aprovada; não tenho dúvidas', diz Paulo Guedes
Agência Brasil
Paulo Guedes considera o descontrole do gasto público como principal
vilão da economia brasileira
“Uma reforma [da
Previdência Social] será aprovada. Eu não tenho dúvidas”. A afirmação é do
ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou em Brasília, junto com o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de um debate sobre
os 100 primeiros dias do governo Jair Bolsonaro.
Durante o evento “E
agora, Brasil?”, realizado pelos jornais O Globo e Valor Econômico, afirmou que
a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional n° 6/19 vai gerar “mobilização
pelos estados e pelos municípios” que estão “quebrados”, com dificuldades nas
contas públicas, entre outras razões, por causa de gastos obrigatórios, como o
pagamento do funcionalismo na ativa e aposentados.
Paulo Guedes
considera o descontrole do gasto público como principal vilão da economia brasileira,
após a retomada da democracia (1985), e que os déficits geraram problemas de
alta de juros e de impostos. “O governo gasta muito e gasta mal”. Segundo ele,
“todo ano tem uma crise fiscal que não acaba”.
De acordo com o
ministro, a Previdência Social é o principal item de despesa do Orçamento
federal e gera desigualdades entre quem está segurado, e entre esses e quem não
está segurado. ”É uma fábrica de privilégios”, apontou. O ministro defende a
aprovação da proposta enviada pelo governo na íntegra, “ela vai em cima de quem
ganha mais”, e repetiu que a medida permitirá economia de R$ 1 trilhão em 10
anos e viabilizará e a transição do atual sistema para novo modelo.
Articulação política
O presidente da Câmara dos Deputados também defendeu a PEC e assinalou que “para a política a reforma [da Previdência] é o coração da recuperação”. Em sua opinião, “sem a reforma, vamos para um caminho tenebroso da nossa democracia e da nossa economia”.
O presidente da Câmara dos Deputados também defendeu a PEC e assinalou que “para a política a reforma [da Previdência] é o coração da recuperação”. Em sua opinião, “sem a reforma, vamos para um caminho tenebroso da nossa democracia e da nossa economia”.
Maia fez questão de
lembrar sua disposição de ver a medida aprovada e lembrou que votou e articulou
no passado a aprovação de medidas de controle de gastos no governo de Dilma
Rousseff e de Michel Temer. Ele, no entanto, negou a possibilidade de retomar a
articulação pela votação da reforma. “Não tenho condições de ser articulador
político. Perdi o papel porque fui mal interpretado”.
O presidente da
Câmara se dispôs a colocar a reforma em votação quando o governo quiser, mas
não garantiu aprovação. Ele acha que “a data é irrelevante. Relevante é a
economia”.
Outras medidas
Paulo Guedes espera que o BNDES devolva este ano R$ 126 bilhões tomados de empréstimo do Tesouro Nacional durante o governo Dilma. “Vamos despedalar o BNDES”, prometeu. Além desses recursos, o ministro da Economia acredita que também poderá recuperar R$ 80 bilhões emprestados pelo Tesouro ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica com a venda de ativos de dois bancos, e possa obter outros R$ 80 bilhões com privatização de empresas estatais. Os recursos poderão viabilizar eliminação do déficit primário este ano.
Paulo Guedes espera que o BNDES devolva este ano R$ 126 bilhões tomados de empréstimo do Tesouro Nacional durante o governo Dilma. “Vamos despedalar o BNDES”, prometeu. Além desses recursos, o ministro da Economia acredita que também poderá recuperar R$ 80 bilhões emprestados pelo Tesouro ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica com a venda de ativos de dois bancos, e possa obter outros R$ 80 bilhões com privatização de empresas estatais. Os recursos poderão viabilizar eliminação do déficit primário este ano.
Guedes defendeu
melhor repartição de recursos arrecadados entre o governo federal e os governos
estaduais e prefeituras, inclusive que 70% do pagamento a receber (de cessão
onerosa da exploração do pré-sal) da Petrobras seja destinado aos estados e
municípios. Rodrigo Maia assinalou que a medida indicada pelo ministro depende
de emenda constitucional.
Maia e Guedes ainda
defenderam a retomada da reforma tributária. O presidente da Câmara lembrou que
a proposta tratada em comissão especial da Casa na legislatura passada e o
ministro da Economia disse querer “sinalizar com simplificação [para empresas e
contribuintes]. “PIS e Contribuição do lucro líquido em um negócio só. Dar uma
enxugada, diminuir e caminhar para redução de alíquotas”.

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