Estado
aposta em parceria para alavancar turismo
LUCAS SIMÕES
Secretário de Cultura e Turismo, Marcelo Matte, já
apresentou um plano com foco nos roteiros gastronômicos
Cortes no orçamento, junção de pastas e dependência de recursos da União
e da iniciativa privada. Em um cenário econômico desfavorável, o setor do
turismo em Minas aposta as fichas nas parcerias com o empresariado para
alavancar os investimentos. Dos quatro principais projetos anunciados para a
área pelo secretário de Cultura e Turismo, Marcelo Matte, pelo menos três devem
recorrer às Parcerias Público Privadas (PPPs).
Com orçamento de R$ 12 milhões no ano passado — ainda como Secretaria de
Estado de Turismo — a pasta agora deverá dividir a estrutura e verbas com a
Cultura, como prevê a unificação das secretarias no projeto de reforma
administrativa encaminhado pelo governador Romeu Zema (Novo) à Assembleia
Legislativa, apesar da resistência dos deputados em aceitar as unificações.
O superintendente de Políticas de Turismo do Governo de Minas, Rafael
Almeida de Oliveira, espera que o orçamento seja mantido no mesmo patamar. “O
orçamento ainda está em estudo, precisa da aprovação da lei e algumas negociações.
A perspectiva é que minimamente se mantenham os investimentos”, avalia
Oliveira.
Sem anunciar projetos ou ações novas, o secretário Marcelo Matte
apresentou um plano de investimentos básico no turismo mineiro, com foco na
gastronomia. A principal aposta do Estado é ampliar as rotas turísticas a
partir das ofertas gastronômicas. No último dia 28, o ministro do Turismo,
Marcelo Álvaro Antônio, que é de Belo Horizonte, se reuniu com entidades do
setor para tratar da expansão das cidades minerais incluídas no Mapa do Turismo
Brasileiro. Hoje, o Estado lidera o ranking da região Sudeste, com 285 cidades.
"Os projetos estão em construção. Mas o ministro pretende dar
prioridade à inclusão de novas cidades mineiras no Mapa do Turismo e
acreditamos que é um passo importante para liberação de verbas. Fortalecer a
Estrada Real, por exemplo. Isso dá força aos municípios, gera emprego e atrai
investimentos”, avalia José Maurício, presidente Associação Brasileira de
Agências de Viagens de Minas Gerais (ABAV-MG).
Prioridade
No radar do governo para fortalecer as rotas turístico-gastronômicas
estão projetos como o fortalecimento do Circuito Turístico, formado por 47
trajetos em 567 cidades, e o turismo religioso na Serra da Piedade. Além disso,
o secretário Marcelo Matte confirmou que o governo dará prioridade à
inauguração de um trem ligando o Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação,
em BH, até Inhotim, em Brumadinho, o maior museu de arte contemporânea a céu
aberto do mundo. “O trem é prioridade pela situação óbvia de Brumadinho.
Estamos trabalhando para viabilizar um projeto”, adiantou Oliveira.
As três ações, entretanto, dependem de recursos oriundos de PPPs e de
verbas da União. “O Estado não tem condições de bancar esses investimentos, mas
é com parcerias que as coisas saem do papel. O Ministério do Turismo vai
colaborar, temos um ministro mineiro, que entende a realidade do Estado”,
avalia o presidente da Comissão de Turismo e Gastronomia da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais, deputado Professor Irineu (PSL) — que compõe a
base do governo Zema.
Centro de convenções
Na capital mineira, uma das principais demandas do setor de turismo é a
construção de um novo centro de convenções. O projeto chegou a ser dado como
certo durante os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 – na qual Belo
Horizonte foi uma das cidades-sede –, mas nunca saiu do papel.
O pedido do setor é por um lugar que possa desafogar o Expominas,
principal referência para megaeventos empresariais na capital, com espaço de 15
mil m² e capacidade para cerca de 50 mil pessoas, mas que mantém a agenda do
ano praticamente lotada e não consegue comportar a demanda da cidade.
“O ideal é termos um centro de convenções com 30 mil m², pelo menos, o
dobro do Expominas, numa boa localização, talvez na saída para o Rio de Janeiro
ou para São Paulo. Muitas vezes, por falta de lugar, perdemos eventos
importantíssimos, e isso afasta bons investimentos”, avalia Paulo Cesar
Pedrosa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares e Similares da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sindhorb). Até o momento, o
governo ainda não tem um projeto para um centro de convenções na capital.

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