A hora presente
Manoel Hygino
Por mais que se
queira minimizar o mau estado de espírito da população deste país, não há
dúvida de que perdura um aspecto sombrio e preocupante. As notícias que
frequentam os veículos da mídia deixam uma ansiosa e inquieta preocupação, a
cada dia que se inicia ou perspectivas que se vislumbram para os seguintes.
Tem-se atribuído à imprensa comumente só divulgar as más notícias, mas o fato
bom e novo só surge para divulgação rarefeitamente.
A verdade é que
desabamos num poço profundo em que se acumulam adversidades e episódios hostis,
que atiram o brasileiro a dúvidas cruéis. Não há suficiente pausa para as
informações confortantes, capazes de amainar dores e meditações plúmbeas.
Já teve o leitor o
cuidado de relacionar as notícias que lhe chegam incessantemente para
dividi-las em boas e más, fazendo uma lista do que pode ser considerado útil e
positivo, inserindo em outra coluna o que seguramente é doloroso e negativo?
O mau humor percorre
as ruas, alcança os mais recônditos rincões do território, com a velocidade que
as novas tecnologias possibilitam. Não há arautos do pessimismo, de túrbias
profecias, de horizontes adversos. No entanto, entre nós grassa presentemente,
em todos os recantos e horas, vislumbres de tristeza, dor e corroídas
esperanças.
Não é sadia,
saudável, a situação em que nos encontramos, apesar dos esforços dos bons e dos
justos, dos que acreditam em mudanças substanciais, que favoreçam um ambiente
de efetiva paz e de amor verdadeiro.
Todos sabemos que
não estamos no melhor dos mundos e que há erros a corrigir – que cumpre
encontrar adequados caminhos para percorrer. Vivemos um período extremamente
difícil e rudes serão as jornadas que nos esperam. No entanto, o seguro
conhecimento dos fatos e circunstâncias indicará conveniente melhor itinerário.
Os bons entendedores sentem o que pensamos e almejamos. Saibamos armarmo-nos
contra os malfeitores e suas ciladas.
O trimestre, cujo
fim se aproxima, deixa um rastro dorido para muitos milhares de brasileiros, em
que se destacam as vítimas do rompimento de uma barragem para rejeitos de
minérios em uma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas também
mais de uma dezena de jovens estudantes e vítimas em cidade do Estado de São
Paulo.
Há o vazio que todos
os mortos deixam e que jamais será esquecido. Pelo menos cabe nos solidarizar
com as famílias, esperando que o poder público se incumba de apenar culpados,
sejam quem forem. Não há mais espaço para impunidade em nosso meio.
O brasileiro consciente já se definiu e não admite tergiversação. Aqui não haverá, nem será uma nova Venezuela. Há sacrifícios à frente, mas o mérito reside exatamente em vencê-los. Somente assim se assegurará o futuro da nação e do povo.
O brasileiro consciente já se definiu e não admite tergiversação. Aqui não haverá, nem será uma nova Venezuela. Há sacrifícios à frente, mas o mérito reside exatamente em vencê-los. Somente assim se assegurará o futuro da nação e do povo.

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