Buscas em
Brumadinho chegam ao 50º dia com 105 pessoas ainda desaparecidas
Mariana Durães
Os trabalhos de
buscas em Brumadinho chegam, nesta sexta-feira (15), ao 50º dia.
Os bombeiros continuam a procurar por 105 desaparecidos após o rompimento
da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, no dia 25 de janeiro. Até o momento,
203 vítimas foram encontradas e identificadas.
Os 137 militares,
que serão divididos em 24 frentes de trabalho, devem passar 14 horas na chamada
zona quente. O foco do dia está na drenagem da lama nas imediações da rodovia
Alberto Flores, que está interditada desde o dia da tragédia e passa por obras
para ter o tráfego de veículos liberado em uma ponte suspensa. O objetivo
é possibilitar o uso de cães e máquinas no local.
Nesta fase, além dos
oito binômios (dupla de cachorro e bombeiro) que auxiliam as buscas, 83
máquinas pesadas ajudam os militares a retirar escombros e revirar a
terra. A previsão do tempo para o dia é de céu nublado com pancadas de
chuva à tarde e à noite.
Além disso, esta
sexta será de inspeções na barragem B6 por funcionários da mineradora, a fim de
avaliar a estabilidade da estrutura.
Paralisação
Moradores de
Brumadinho prometem uma paralisação nesta sexta (15) a partir de 12h. "Não
aceitamos o descaso das autoridades", diz o comunicado. Eles protestam a
liberação da estrada e pelo fim dos caminhões de minério do centro da cidade. O
ato está marcado para acontecer no pirulito e ponte de entrada do município.
Na quinta (14), o
prefeito Avimar Barcelos, cobrou atenção do Estado e disse que a cidade já caiu
no esquecimento.
Segundo ele, o comércio foi altamente afetado e o turismo caiu inclusive no museu Inhotim, maior responsável pela visitação da região.
Segundo ele, o comércio foi altamente afetado e o turismo caiu inclusive no museu Inhotim, maior responsável pela visitação da região.
Investigação
As investigações
sobre possíveis negligências, falhas e fraudes em documentos segue em torno de
13 funcionários da Vale e terceirizados. Nesta quinta-feira (14), os 11 homens
e duas mulheres que já haviam sido presos e estavam soltos após liminar,
voltaram a se apresentar à Polícia Civil de Minas Gerais, em Belo Horizonte,
após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) revogar o
documento que concedia a liberdade.
No fim da tarde,
porém, quando os engenheiros, geólogos e contratados de outras empresas, ainda
estavam no Instituto Médico Legal (IML) passando por exames antes de darem
entrada no sistema prisional, receberam a notícia de nova liberação. O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um novo habeas corpus para todos os
investigados no caso.
Como a liminar só
foi expedida durante a noite, os acusados dormiram em presídios da região
metropolitana de BH e a expectativa é de que saiam ainda nesta sexta (15). A
concessão de liberdade foi assinada pelo ministro Nefi Cordeiro, o mesmo a
determinar o benefício anteriormente. Na ocasião, o magistrado afirmou que os
acusados já depuseram, não houve fuga, nem indicação de destruição de provas ou
induzimento de testemunhas, o que demonstraria “a desnecessidade da prisão”.

Nenhum comentário:
Postar um comentário