Ex-diretor da
CIA afirma que Trump trabalhou com Rússia para eleições
Agence France Presse
O ex-diretor da CIA
John Brennan afirmou que o presidente americano, Donald Trump, retirou a sua
autorização de acesso a informação sigilosa para assustar os críticos e
bloquear uma investigação sobre os seus vínculos com a Rússia.
Em uma coluna
publicada nesta quinta-feira (16) no jornal New York Times, Brennan disse que a
decisão, anunciada na véspera pela Casa Branca, era de tom político.
"Claramente, o
senhor Trump está desesperado para se proteger e os outros próximos a
ele", declarou Brennan, vendo a ação como "uma tentativa de
silenciar, pelo medo, outros que se atrevam a desafiá-lo".
O ex-funcionário de
alto escalão, que até janeiro de 2017 era o guardião dos segredos americanos,
varreu as garantias asseguradas por Trump de que sua equipe de campanha não
trabalhou com a Rússia para vencer as presidenciais de 2016.
"O senhor Trump
afirmar que não houve conluio é, por assim dizer, uma besteira", declarou.
"As únicas
perguntas que restam são se o conluio que aconteceu foi uma conspiração que
provavelmente constituiria um crime, se houve obstrução da Justiça para acobertar
tal conluio ou conspiração, e quantos membros da SARL Trump (equipe de
campanha) tentaram fraudar o governo lavando dinheiro e escondendo os
movimentos financeiros em seus bolsos", acrescentou.
As palavras de
Brennan são de uma ira sem precedentes, apesar de muitos funcionários terem
criticado Trump desde que chegou ao poder.
E chegaram depois de
uma medida altamente incomum, que Trump justificou pela conduta de Brennan ter
se tornado "vacilante".
Esse benefício agora
revogado é historicamente outorgado a funcionários de alto escalão para terem
acesso a informação delicada e confidencial, inclusive após deixarem o cargo.
A Casa Branca
adiantou na quarta-feira (15) que outros oito ex-funcionários da Era Obama
poderiam perder a autorização de segurança, incluindo James Clapper, ex-diretor
de Inteligência nacional, Michael Hayden, que também foi diretor de
Inteligência nacional, e o ex-diretor do FBI James Comey.
O procurador
especial Robert Mueller está investigando a interferência russa nas eleições de
2016 e um possível conluio entre Moscou e a equipe de campanha de Donald Trump,
um tema que tem sido permanentemente discutido no ambiente político e midiático
dos EUA.
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