sábado, 18 de agosto de 2018

O SEGUNDO DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA TV NÃO TROUXE GRANDES NOVIDADES


Com trocas de acusações, candidatos à Presidência fazem debate com foco na economia e corrupção

Mateus Rabelo








O debate teve momentos quentes, como na troca de acusações entre Jair Bolsonaro e Henrique Meirelles


Os candidatos à Presidência da República participaram, nesta sexta-feira (17), do segundo debate para as eleições 2018, na RedeTV!, em São Paulo. Dos 13 presidenciáveis, oito estiveram presentes no encontro: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriotas), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso pela "Lava Jato", tentou uma autorização, mas teve o pedido de presença negado pela Justiça. Este é o primeiro debate eleitoral entre os presidenciáveis após o início oficial das campanhas eleitorais.
1º Bloco
O debate começou com cada um dos oito candidatos convidados se apresentando ao público e dizendo como pretendem combater a corrupção no país. Na sequência, cada candidato escolheu um envelope virtual no qual havia uma pergunta feita pelo público sobre um tema não definido, cujas respostas foram focadas na crise econômica.
Ainda no primeiro bloco, houve o início do embate entre candidatos. Ciro Gomes começou perguntando a Geraldo Alckmin sobre o tucano ter sido a favor do projeto sobre o teto dos gastos públicos. Alckmin respondeu dizendo que tal medida foi necessária devido ao momento que o país vivia. Ciro rebateu dizendo que a emenda é imoral e que havia alternativas para o país evitar a medida.
Depois foi a vez de Alvaro Dias perguntar para Marina Silva. Mais uma vez o assunto corrupção voltou à tona, com o político batendo na tecla que a candidatura de Lula não pode existir. Marina disse que o Brasil precisa dar uma resposta à corrupção, apoiando o Ministério Público e a Polícia Federal.
Na sequência, Marina perguntou para Alvaro sobre o problema do desemprego. Ele disse que as reformas, o combate à corrupção, a desburocratização são o caminho para o país voltar a gerar empregos. Marina apontou a geração de energia segura e o apoio ao turismo sustentável como base da geração de novos empregos.
O desemprego foi mais uma vez tema do debate com Henrique Meirelles perguntando para Jair Bolsonaro qual os planos para resolver o problema. Bolsonaro respondeu pedindo a desburocratização e atacando a corrupção, enquanto Meirelles ressaltou suas ações como ministro de Lula e Michel Temer.
Guilherme Boulos, atacando o MDB, disse a Meirelles que o partido sempre atuou agindo com troca de favores, usando a política como "balcão de negócios". Meirelles disse que sempre trabalhou com uma equipe qualificada, que criou milhões de empregos.
Geraldo Alckmin e Ciro Gomes voltaram a debater, com ambos falando de criação de empregos no agronegócio, entre outros setores.
Militares, Jair Bolsonaro perguntou para Cabo Daciolo sobre liberação das drogas e o aborto, recebendo como resposta que ele é contra, em ambos casos. Bolsonaro disse que os dois acreditam em Deus e que defendem a família, ressaltando o que chamou de crime a introdução do "kit gay" nas escolas.
Daciolo perguntou na sequência para Boulos sobre as urnas eletrônicas, se ele acredita na tecnologia e na sua lisura. Boulos disse que não há nada que questione as urnas no mundo.
2º Bloco
Na volta do intervalo, jornalistas da RedeTV! e jornalistas convidados fizeram perguntas abertas para os candidatos, provocando um debate entre os presidenciáveis.
Destaque neste bloco para o confronto entre Ciro Gomes e Alkmin, que discutiram sobre o apadrinhamento do Plano Real, entre outras reformas e conquistas.
A questão da segurança foi levantada para Boulos, que apontou a inteligência e a investigação como a principal arma para enfrentar a criminalidade e o crime organizado. Já Daciolo disse que vai acabar com o sucateamento das forças armadas e que vai valorizar o setor.
Perguntado sobre investimentos na Educação, Alvaro Dias disse que não falta dinheiro para o setor, que o problema é o investimento em setores errados e menos importantes. A mesma ideia foi compartilhada por Boulos, que disse que o dinheiro falta para Educação, porque sobra para banqueiros e setores que não dão resultado.
3º Bloco
A nova etapa do debate foi de confrontos mais diretos, com candidatos perguntando para outros candidatos com temas livres. Meirelles começa acusando Bolsonaro, dizendo que o deputado defenderia que mulheres recebam menos que os homens. Bolsonaro se defendeu dizendo que era mentira, que a legislação não permite isso e que vai cumprir o que a lei determina.
Alckmin, na sequência, pergunta para Alvaro Dias sobre o saneamento básico, dizendo que melhorou muito o problema em São Paulo. Alvaro disse que pretende fazer parcerias para obras de infraestrutura no segmento.
Após isso, Ciro Gomes mais uma vez chama Alckmin para o embate, acusando o tucano de que o PT herdou uma política monetária problemática do PSDB. Ambos bateram na tecla de que o país precisa de mudanças drásticas no setor.
Já Henrique Meirelles e Alvaro Dias usaram o tempo que tiveram no bloco para mais uma vez focar na corrupção, no fato de não estarem envolvidos em escândalos ao longo de suas vidas públicas e nas atitudes que já tomaram e que pretendem tomar contra o problema.
Marina focou nos conflitos de terra em sua pergunta para Ciro Gomes, que elogiou a candidata por sua história de luta no setor. Ciro ressaltou que sua vice é ligada à questão, enquanto Marina defendeu o fortalecimento da Funai, pediu demarcação de terras indígenas e prometeu a criação de um fundo.
Bolsonaro, em seguida, pergunta para Marina se ela é a favor do porte de armas de fogo por cidadãos. Categórica, ela disse que não, e mudou de assunto, voltando à discussão do início do bloco de que a mulher tem que se preocupar sim com salários mais baixos. Ambos trocaram acusações na sequência, esquentando o debate.
Boulos pergunta para Daciolo o que ele fará para resolver a falta de emprego. O militar prometeu reduzir impostos e juros para um maior investimento no país nos setores certos. Boulos disse que vai criar um programa que vai gerar seis milhões de empregos nos primeiros dois anos.
Daciolo ressaltou em seguida que o debate não passa de um teatro, que as propostas são falsas e que os colegas não pretendem cuidar das pessoas. Boulos também bateu na tecla das promessas falsas, mas disse ser diferente dos demais concorrentes.
No quarto e último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais, defendendo seus pontos de vista e frisando as questões debatidas ao longo do programa.
O próximo debate entre os presidenciáveis em canal aberto está marcado para o dia 9 de setembro, às 19h30, na TV Gazeta.

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