Temer enviará
reforma da Previdência ao Congresso até o fim de setembro
FolhaPress
Presidente Michel
Temer
Aconselhado pela
área econômica e pela Casa Civil, o presidente Michel Temer decidiu encaminhar
a proposta de reforma da Previdência para o Congresso ainda em setembro, antes
do primeiro turno das eleições municipais. A decisão foi tomada nesta
terça-feira (6), dia em que o peemedebista voltou de sua viagem à China.
O governo estava
sendo pressionado por sua base aliada, com o apoio do ministro Geddel Vieira
Lima (Secretaria de Governo), a adiar o encaminhamento para depois do pleito
eleitoral para que as propostas mais rígidas de aposentadoria não fossem usadas
como munição pela oposição contra candidatos governistas.
Até o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia se posicionado contra o envio da reforma
previdenciária neste mês. Ele alega que, mesmo que a proposta de emenda
constitucional seja enviada ao Legislativo, dificilmente ela começará a
tramitar por causa das eleições, período em que a Câmara estará praticamente em
recesso branco.
Enquanto Temer
estava na China, assessores e aliados passaram a defender o adiamento do envio
da proposta. Dentro do Palácio do Planalto, havia uma expectativa de que o
presidente acatasse a posição de sua base aliada, preocupada em evitar que o
tema da reforma contaminasse a eleição.
O presidente foi
aconselhado, porém, no voo de volta pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, a manter sua decisão de enfrentar o tema impopular da reforma da
Previdência mesmo num período eleitoral.
O ministro Geddel
Vieira Lima foi escalado pelo presidente para anunciar oficialmente a decisão
tomada momentos antes no gabinete de Temer. "A decisão é irreversível. A
Previdência não tem como se manter como está. O presidente avaliou que,
simbolicamente, por tudo o que o Brasil atravessa neste momento, nós deveríamos
mandar a reforma antes do processo eleitoral", afirmou Geddel.
O auxiliar de Temer
disse que já conversou com os aliados de Temer, que estavam se colocando contra
o encaminhamento da proposta neste momento, para avisá-los da decisão
presidencial. Ele disse que novas reuniões serão feitas com a base aliada para
alinhavar a tramitação da medida.
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