Evite o início de um mau político
Editorial Jornal Hoje em
Dia
A maioria de nós
reclama da qualidade (ou da falta dela) dos nossos políticos quando vemos
escândalos de corrupção envolvendo integrantes do Congresso Nacional e
diretores da alta cúpula de empresas públicas e privadas. Mas o vício da
prática da corrupção e de outros delitos envolvendo dinheiro público muitas
vezes já está presente no início da vida pública do corrupto, como vereador ou
prefeito. Por isso, é importante que os critérios para autorizar ou escolher um
candidato sejam bastante rigorosos já nas eleições municipais.
O Tribunal Regional Eleitoral
de Minas já indeferiu mais de mil candidaturas e mais de 2 mil não conseguiram
registro para concorrer ao pleito de outubro. O principal motivo, a falta de
documentação para o registro, pode até parecer, em um primeiro momento, uma
exigência meramente burocrática da Justiça Eleitoral. No entanto, a negativa
deve servir de exemplo. Se um candidato não consegue reunir documentos para
conseguir deferimento da própria candidatura, como ele terá condições de reunir
os requisitos para busca de verbas ou garantir os repasses de convênios do
Estado ou da União para o município que o elegeu?
Outros motivos para
o não deferimento de registros parecem até piada com o cidadão. Pessoas
comprovadamente ficha-sujas continuam a tentar enganar a população e garantir
um cargo político ou administrar uma cidade.
Pior é que esses
processos, geralmente, são os que mais demoram na Justiça, atolando os
tribunais de ações e com os réus se beneficiando da possibilidade de vários
recursos. A consequência é que algumas campanhas já começam sob suspeição, que
vai até depois do resultado das urnas, colocando em dúvida o respeito pela
vontade da população.
Mas o melhor filtro
e a melhor fiscalização continuam sendo do eleitor. Fazer opção por candidatos
com passado sem envolvimento comprovado em corrupção e outros esquemas de
desvio é o caminho mais acertado para barrar corruptos. O mau político pode
fazer de tudo para escapar da Justiça, mas costuma aceitar a escolha do cidadão
quando esse a faz com justificativas concretas.
É bom evitar a todo
custo que uma pessoa corrupta inicie carreira na vida pública. Caso contrário
ela pode ficar anos ou décadas cometendo ilícitos, e causando prejuízos
gigantescos para a população.
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