Obama inaugura museu de
história afro-americana em Washington
AFP
O prédio, próximo à Casa Branca, tem o formato de três pirâmides
invertidas e abriga mais de 34 mil objetos, a maioria doados
O presidente Barack Obama enalteceu a inauguração, neste sábado (24),
do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americanas, dedicado às
múltiplas facetas da história dos negros, bem como às suas conquistas.
O primeiro presidente negro dos Estados Unidos cortou a fita e inaugurou
o museu, revestido em bronze, de 37.000 m², diante de milhares de pessoas.
"Além da suntuosidade do edifício, o que torna esta ocasião tão
especial é a rica história que ele abriga", disse Obama durante a
cerimônia, da qual participaram personalidades como o cantor Stevie Wonder e
a apresentadora de TV Oprah Winfrey.
"A história afro-americana não está separada da nossa grande
história americana. Não é a parte inferior da história americana. É parte
central da história americana", expressou.
O museu, concebido há um século, é inaugurado em um contexto de forte
tensão racial, enquanto cresce a indignação no país diante da morte de
negros por policiais. O caso mais recente gerou protestos em
Charlotte, Carolina do Norte (sudeste).
Este é o primeiro museu nacional dedicado a documentar as verdades
incômodas envolvendo a opressão sistemática sofrida pelos negros no país,
ao mesmo tempo em que homenageia o papel da cultura afro-americana.
"Uma visão clara da história pode nos incomodar (...) mas é,
precisamente, a partir deste incômodo que aprendemos e crescemos, e
aproveitamos o poder coletivo para tornar esta nação perfeita".
O prédio, próximo à Casa Branca, tem o formato de três pirâmides
invertidas e abriga mais de 34 mil objetos, a maioria doados.
Deterioração das relações raciais
Deterioração das relações raciais
Eleito em meio a uma onda de otimismo, em 2008, Obama prometeu
unificação, reiterando que não era presidente dos negros, e sim de todos
os americanos.
Mas seu mandato termina e as pesquisas mostram que a ampla maioria dos
americanos vêem as relações inter-raciais como "em geral,
ruins".
Os tiroteios recentes em que negros foram mortos pelas polícias de Tulsa
(Oklahoma, sudoeste) e Charlotte (Carolina do Norte, sudeste) voltaram a
expor os problemas raciais do país.
"Mesmo diante de dificuldades inimagináveis, os Estados Unidos
avançaram. E este museu contextualiza os debates do nosso tempo."
"Talvez possa ajudar um visitante branco a compreender o sofrimento
e a indignação dos manifestantes em lugares como Ferguson e
Charlotte", assinalou.
O museu mostra "que este país, nascido da mudança, este país,
nascido de uma revolução, este país, nosso, do povo, este país pode ser
melhor", disse o presidente.
"É um monumento, não menos importante do que os outros neste
passeio, para o profundo e duradouro amor por este país e os ideais sobre
os quais ele foi fundado. Porque nós também somos americanos", assinalou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário