Como se manifesta a
dependência emocional
Simone Demolinari
Incapacidade de ficar sozinho – este é o grande problema de algumas
pessoas. E não me refiro a ficar sozinho no campo afetivo amoroso. Alguns
sofrem pela incapacidade de estar só em qualquer contexto. Precisam sempre de
outros para lhe fazer companhia, obter conforto, confiança, segurança e apoio.
Não ter alguém é tão assustador que preferem a condição de estar mal
acompanhados do que sós.
Este padrão de comportamento deriva de uma percepção de si mesmo como
uma pessoa incompleta e incapaz que necessita do outro para funcionar adequadamente.
Geralmente, os indivíduos dependentes transformam coisas corriqueiras em
grandes dilemas, como por exemplo comprar ou não uma roupa, dar um telefonema,
se portar dessa ou daquela maneira. Não há uma confiança em si sem a chancela
do outro. Embora mesmo com a chancela, a insegurança também não termina. É algo
inerente.
O dependente é um constante sofredor, vive com intermináveis diálogos
internos desconfiados da sua percepção e sempre se punindo severamente caso
algo saia errado. A incapacidade desses indivíduos em funcionarem sozinhos é
tão grande que preferem concordar com algo que vai contra seus princípios do
que tomarem decisões por si só ou correr o risco de perder o vínculo com a
pessoa que depende.
É importante ressaltar que esta dependência é exclusivamente emocional e
não financeira. Uma necessidade escravizante fruto de uma autoestima pobre e
desestruturada, que frequentemente resulta em relações desequilibradas e
doentias.
Num grau mais avançado, esse comportamento pode estar ligado ao
Transtorno de Personalidade Dependente. As características essenciais desse
transtorno são:
– Dependência excessiva do outro;
– Dificuldade em expressar discordância;
– Comportamento submisso beirando a servidão por medo de ser abandonado;
– Solicitação constante de aconselhamento;
– Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (não por falta de motivação, mas por medo);
– Dificuldade em enfrentar situações de conflito;
– Sequenciais relacionamentos afetivos;
– Vai ao extremo para receber carinho a ponto de submeter-se a fazer algo desagradável;
– Necessidade excessiva de ser cuidado;
– Medo irreal de ficar “sozinho na vida”.
– Dependência excessiva do outro;
– Dificuldade em expressar discordância;
– Comportamento submisso beirando a servidão por medo de ser abandonado;
– Solicitação constante de aconselhamento;
– Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (não por falta de motivação, mas por medo);
– Dificuldade em enfrentar situações de conflito;
– Sequenciais relacionamentos afetivos;
– Vai ao extremo para receber carinho a ponto de submeter-se a fazer algo desagradável;
– Necessidade excessiva de ser cuidado;
– Medo irreal de ficar “sozinho na vida”.
Não é possível mapear ao certo as causas desse transtorno, contudo,
estudos apontam tanto fatores biológicos quanto psicológicos como
desenvolvimento desse comportamento.
Indivíduos com Transtorno Dependente não têm autonomia emocional,
tampouco vivem sozinhos. Na iminência de serem abandonados, lutam até o limite
do absurdo para não perderem seu ponto de apoio. Mas caso isso ocorra,
transferem sua dependência de forma indiscriminada a outra pessoa. Figuras de
apego são basicamente permutáveis: pais, parceiros afetivos, novos parceiros
afetivos, filhos, amigos, vizinhos. Vale qualquer presença que não seja a dele
mesmo. Uma triste prisão.
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