Justiça aceita denúncia e
ex-presidente Lula vira réu na Operação 'Lava Jato'
Estadão Conteúdo
Ex-presidente foi nomeado ministro em março deste ano
A Justiça Federal de Brasília tornou réu o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no inquérito em que ele foi denunciado pelo Ministério Público
Federal por tentar atrapalhar as investigações da Operação "Lava
Jato". A denúncia foi aceita pelo juiz substituto da 10ª Vara Federal,
Ricardo Leite, que também foi juiz da Operação Zelotes.
A denúncia também foi aceita contra o ex-senador Delcídio Amaral (sem
partido-MS), o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e seu
filho, Maurício, o assessor do ex-senador Diego Ferreira e o advogado Edson
Ribeiro. Eles são acusados de tentativa de embaraço à Justiça e exploração de
prestígio. Pesa contra Ribeiro uma terceira acusação, de patrocínio infiel.
O caso remonta a tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró no
âmbito da "Lava Jato". O caso veio à tona com a prisão de Delcídio,
em novembro do ano passado. Em uma gravação feita pelo filho de Cerveró,
Delcídio aparece oferecendo dinheiro e a possibilidade de uma fuga para fora do
País para que o ex-diretor da Petrobras não contasse o que sabia ao Ministério
Público.
A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, em maio. No documento, Janot afirma que o ex-presidente cumpriu
"papel central" na trama para tentar comprar o silêncio de Cerveró e
tentar "embaraçar" as investigações da "Lava Jato". A
denúncia estava inicialmente sob a condução do ministro Teori Zavascki, relator
da "Lava Jato" no Supremo Tribunal Federal (STF).
O processo, no entanto, desceu para a primeira instância após Delcídio
perder o foro privilegiado e foi desmembrado da "Lava Jato" porque
Teori entendeu que os fatos da denúncia não tinham relação com a investigação
sobre o esquema de corrupção da Petrobras conduzida no Paraná pelo juiz Sérgio
Moro.
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