terça-feira, 12 de abril de 2016

MAIS VALE UM PÁSSARO NA MÃO QUE DOIS VOANDO



Adágios

João Carlos Martins 



Adágio significa ditado popular. Segundo o “Dicionário de Gêneros Textuais” de Sérgio Roberto Costa, é sinônimo de máxima, mote ou ainda provérbio: “Enunciado breve, ritmado, rimado ou não, muitas vezes uma frase nominal, que expressa uma observação de valor geral, regra moral, princípio de conduta ou mesmo pensamento dito, sem qualquer conotação de valor”.
Por quê não recorrer a essas formas linguageiras, nesse momento tão conturbado da política nacional, para nos ajudar a compreender tão complexos movimentos?
Antes porém, uma informação em primeira mão, mas que de tão óbvia, já está quase caducando: o PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, mantém sua sigla, mas com outro significado: “Preciso Me Dar Bem” (De qualquer jeito, custe o que custar!).
Infelizmente, esse imperativo “Preciso Me Dar Bem” do PMDB é um direcionamento adotado por todos os partidos políticos brasileiros, de forma não discursiva, mas facilmente identificada nas posturas e atitudes dos seus filiados.
Mais triste ainda é que esse “se dar bem” não quer dizer se dar bem para contribuir com o bem da nação brasileira, ou seja ético, mas sim, manter-se no poder. Manter-se no poder para...
E aqui, para verificar essa situação, nosso primeiro adágio: “Diz me com quem andas, que te direi quem és”! É possível fazer alianças com o demônio ou vender a alma ao diabo, para se tornar ou manter-se santo? Ou, se não santo, pelo menos manter-se numa linha ideológica sem concessões? Os fins justificam os meios? Ou acaba valendo essa outra máxima: “Quem não tem cão caça com gato”?!
Mais do que nunca, nas salas da Câmara Federal ou do Senado, as articulações se dão baseadas no princípio “bode-boi”. O bode é o expiatório, que é a “pessoa sobre quem se fazem recair as culpas alheias ou a quem são imputados todos os reveses”.
Quanto ao boi, trata-se do boi de piranha, aquele boi que o vaqueiro faz atravessar o rio antes da boiada, para saber se há ou não piranhas, mas significa também pessoa que é submetida ou se submete ao sacrifício de um grupo. No caso do Presidência da República, do Senado e da Câmara Federal, muitos bois estão se revelando piranhas e o rio a atravessar, de esperança e confiança do povo brasileiro, está secando...
Quando ouço Eduardo Cunha ou outros políticos discursando sobre o impeachment da presidente Dilma, além do princípio “bode boi”, me ocorre aquela: “Olha o porco falando do toucinho”!
Outra máxima muito oportuna: “Quem tem telhado de vidro não joga pedra no telhado do vizinho”. Acontece que os vizinhos também têm telhado de vidro. E todo mundo tá jogando pedra. Moral da estória: Quem anda com os pés descalços e o coração aberto, não deve passar por Brasília: Risco de corte!
Finalmente, não um adágio, mas um lamento (com direito ao chorinho do Pixinguinha!).
Atualmente, está explícito um paradigma da política brasileira: cargos, dos mais importantes, como o de ministro, sendo negociados, como moedas de troca, entre partidos, para benefícios políticos. Não! Cargos públicos devem transcender a questão partidária e serem ocupados por pessoas técnica e administrativamente competentes, preferencialmente escolhidas por seus pares.


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