Dilma segue, via TV ao
vivo, para o linchamento político
Orion Teixeira
Tudo indica que argumentações jurídicas e políticas, defesa consistente,
manifestação de rua e oferta de cargos, entre outros, nada mais terá efeito em
favor da presidente Dilma Rousseff (PT). Seu destino está selado na Câmara dos
Deputados, onde a cada dia que passa mais um partido que se diz aliado a
abandona às feras. Com provas ou sem provas, com crime ou sem crime, a situação
de Dilma se assemelha à daquele suspeito de crime hediondo, que, sem julgamento
e chance de defesa, é espancado até a morte, com transmissão ao vivo e disputa
pela audiência das TVs.
Um caso de linchamento político que parece irreversível, a não ser que,
no Senado, pelo tempo e ritual do processo, o quadro ganhe algum fato novo que
permita julgamento no qual haveria amplo direito de defesa. Difícil, porque,
uma vez admitido pelo Senado – já que lhe é quase impossível tomar uma decisão
política a favor dela como a que Câmara indica que fará contra ela –, a presidente
terá que se afastar do cargo por 180 dias, deixando a cadeira e a caneta nas
mãos do maior interessado em sua degola, o atual vice Michel Temer.
Oposição prepara impeachment
O governador Fernando Pimentel (PT) reconheceu, nesta terça (12), que vive
um momento difícil, após o indiciamento pela Polícia Federal sob suspeita de
corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de
dinheiro. De acordo com quem esteve com ele, Pimentel não está abatido e
atribui a situação ao quadro nacional, referindo-se ao processo de impeachment
da aliada, Dilma Rousseff.
Após o indiciamento, a Procuradoria-geral da República vai decidir se
apresenta denúncia ou não. Do lado de cá, a oposição na Assembleia está
trabalhando na fundamentação jurídica para pedir o impeachment dele no rastro
da crise nacional.
Mil dias sem TRF em Minas
A OAB/MG promoveu, na segunda-feira (11), ato público contra a demora do
Supremo Tribunal Federal em julgar a Ação Direita de Inconstitucionalidade que
paralisou a criação do Tribunal Regional Federal (TRF) em Minas. A matéria está
para parada, segundo a entidade, há mil dias no Supremo, desde que o
ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, em um plantão forense, expediu liminar
suspendendo a criação do TRF em Minas, Amazonas, Bahia e Paraná.
Por conta disso, alguns processos mineiros demoram até 15 anos para
serem concluídos, já que têm que ser julgados em Brasília, no TRF-1. Além dessa
carga processual, o TRF-1 tem que dar conta da demanda de outros 13 estados.
Junto da Ordem, participaram do manifesto a Associação de Juízes Federais, o
Ministério Público Federal, a Advocacia-Geral da União e a Advocacia-Geral do
Estado.
Parque Cássia Eller liberado
A CPI das Cancelas, da Câmara de Belo Horizonte, decidiu que o Parque
Cássia Eller, anexado ilegalmente pelo Condomínio Fazenda da Serra (Pampulha),
deverá ser imediatamente devolvido ao município, por meio de fechamento do
acesso exclusivo ao parque e ao conjunto residencial. Dessa forma, o horário de
funcionamento do equipamento público passará a ser o mesmo para os moradores e
a população da cidade. A decisão foi publicada no diário oficial do município
nessa terça-feira (12).

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