Hora da xepa no Planalto!
Carlos José Marques,
diretor editorial
A presidente Dilma transformou o Palácio do Planalto numa casa de
tolerância. Fatiou seu governo, fez liquidação de cargos, queima total das
verbas (já à míngua) e um escambo descarado, à plena luz do dia, com
parlamentares de partidos nanicos, arrivistas da pior espécie. Ali, quem topar
ficar com ela nesse abraço de afogados – e lhe dar o apoio necessário para que
siga com uma gestão absolutamente temerária, sem a menor viabilidade - leva o
que quiser. Paga-se bem! Com o dinheiro alheio. Serão quase 600 vagas na esfera
pública e R$ 50 bilhões concedidos em emendas parlamentares. Perto de R$ 9
bilhões já liberados através do PAC para projetos eleitoreiros. Recurso suado
de cada um dos brasileiros que recolhe impostos e não imagina o destino
perverso que está sendo dado a sua contribuição. Eis aí o verdadeiro golpe em
curso, praticado por ninguém menos que a chefe de Estado em pessoa! A banca do
Tesouro vai quebrar para garantir a farra. E vem depois ela dizer que precisa,
mais do que nunca, da CPMF para sanear as contas que dilapida sem dó nem
piedade na busca de aliados para seus mirabolantes projetos pessoais! Com que
autoridade a presidente imagina conduzir a Nação daqui por diante?
O que acontece por esses dias na sede do poder é de uma vergonha
inominável. Dilma Rousseff perdeu o senso de respeito pelo cargo que ocupa. No
balcão de negociatas armado no Planalto, chegou a hora da xepa! Um feirão para
entregar a direção do País a preço de banana! A mandatária já havia transferido
informalmente suas funções ao padrinho investigado Lula. Agora repassa o Brasil
inteiro à raia miúda das legendas de aluguel. Sem qualquer critério técnico,
sem exigência de qualificações. Não é isso que esta em jogo! Não interessa se o
futuro ocupante do ministério da saúde ou o dos transportes saiba alguma coisa
sobre o tema ou tenha a mais vaga ideia de como resolver os problemas da pasta
regateada. Para ganhar a boquinha vale tão somente a disposição de votar a
favor da mandatária ou de não votar pelo seu impeachment. Já imaginou a qualidade
da equipe que pode sair dessa barganha? E o tipo de governo que tal grupo será
capaz de fazer mais adiante? Loteiam o nosso futuro. A pajelança imunda terá
troco! Certamente os eleitores não vão perdoar a baixaria que está sendo
engendrada em seu nome. Cada político que entrar no balaio de oportunistas do
baixo clero receberá a resposta nas urnas – como ocorreu, décadas atrás, com os
simpatizantes do deposto Collor, banidos da cena política como malditos. Dilma
por sua vez, como última alternativa, rende-se de maneira deprimente a tropa de
fisiológicos que, provavelmente, vai traí-la logo adiante. Sem programa de
governo, sem base de sustentação política no Congresso para aprovar nada, sem
um mínimo de noção de responsabilidade pela coisa pública, ela parte para o
desespero. Perde-se em desvarios e se apega unicamente a vontade insana de se
manter no posto, como um esconderijo de onde se sente blindada contra as
investigações que avançam sobre seus crimes de responsabilidade.
No atual estágio da crise fica claro a todos que a gestão Dilma está
ingovernável. Ela não reúne mais qualquer condição política, econômica e nem
mesmo moral – dada a série de crimes que lhe são imputados – para continuar no
cargo e deve ser destituída o quanto antes, sob risco de arruinar o que sobrou
do País. Pesquisa Ibope divulgada na semana passada é reveladora do desejo
majoritário da sociedade: 82% dos entrevistados reprovam o governo Dilma. Dos
quais 70% o consideram ruim ou péssimo. Não seria preciso mais nada para acender
na mente dos senhores parlamentares que se dão ao respeito a lembrança sobre
quem os colocou ali e de como eles deveriam agir em obediência aos votos que
receberam. A presidente, que gosta de invocar o argumento da legitimidade,
esqueceu-se que a tal legitimidade não era um cheque em branco em nome do qual
ela poderia fazer o que bem quisesse sem prestar contas. Dilma continua a agir
assim. Dá para enxergar o desmando em cada ação recente dela. Nos derradeiros
momentos, o seu bunker foi transformado em palanque de campanha de incitações
irresponsáveis, enquanto ela se converteu numa panfletária com estridentes
gritos de guerra, falando em golpes – porque não tem mais nada a dizer -, com
ataques descabidos às instituições. Pode Dilma espernear o quanto quiser. Até
entrar em modo de negação da realidade. Mas os desvios cometidos em seu
mandato, tipificados claramente na letra da lei, não devem ser relegados. Há
materialidade para o embasamento jurídico do impeachment e, em nome do
interesse geral dos brasileiros e da estabilidade da democracia, é forçoso
cumprir o que rege a Constituição nesses casos. Nenhuma motivação política, de
interesses escusos, pode se interpor a tal processo. Dilma maquiou contas por
causa das eleições. Tomou dinheiro público ilegalmente. Surrupiou a esperança
do povo. Abriu as portas à corrupção. Avançou em atos contra a justiça. Fez “o
diabo”! E tem que sair por seus delitos.
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