segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

RADICALIZAR É DEIXAR DE FAZER BOBAGENS NA ECONÔMIA




José Antônio Bicalho



A presidente Dilma Rousseff prefere compor a radicalizar, mesmo que isso signifique empurrar a economia ladeira abaixo. Ao invés de ouvir seu próprio partido, opta por uma política econômica conservadora e recessiva, muito ao gosto de seus adversários. Acredita que conseguirá, assim, salvar seu mandato, enquanto na verdade o efeito será o oposto.
Dilma só terá forças para enfrentar o impeachment se a economia reagir. E o receituário para tal está esboçado no Programa Nacional de Emergência, elaborado por petistas descontentes que tentam forçar uma guinada à esquerda na política econômica. Ainda não tive acesso ao documento, mas as linhas gerais que vazaram na imprensa mostram, ao menos, coerência.
O que o partido propõe à presidente é a utilização de parte das reservas internacionais (atualmente em cerca de R$ 1,5 trilhão) para a criação de um fundo nacional de desenvolvimento, o aprofundamento dos programas de distribuição de renda, uma forte redução da taxa básica de juros e a volta da CPMF.
Seria preciso fazer mais, conforme já defendi aqui, como o fim imediato dos leilões de swap e das recompras diárias dos títulos da dívida pelo BC junto aos bancos comerciais (duas fontes de sangria de dinheiro público que só favorecem especuladores e bancos).
Se assim o fizesse, Dilma talvez salvasse seu mandato, afastando o baixo astral da recessão e injetando otimismo nos empresários e trabalhadores. Se caísse, pelo menos cairia de pé, praticando uma coerente política econômica desenvolvimentista e não ortodoxa. Se cair da maneira como está, de joelhos para o mercado financeiro, será melancólico.

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