domingo, 28 de fevereiro de 2016

CORRUPÇÃO NO PROCESSO ELEITORAL



PSDB inaugura sistema aprovado na reforma política

Folhapress 



  
Bandeira do partido desde a eleições de 2014, o PSDB colocará à prova no próximo domingo (28), no primeiro turno de suas prévias em São Paulo, a impressão do voto. A disputa interna definirá o candidato do partido a prefeito de São Paulo. Disputam a vaga o empresário e apresentador de TV João Doria, o vereador paulistano Andrea Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli.
A cruzada pela impressão do voto ganhou força depois das eleições de 2014, quando o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff (PT) e o partido pediu uma auditoria na votação. O próprio tucano foi autor de uma das emendas que incluiu a proposta no texto final da reforma política. A impressão chegou a ser vetada por Dilma. O veto, porém, foi derrubado pelo Congresso em novembro do ano passado e o novo sistema será usado nas eleições de 2018.
Pela proposta, depois de votar na urna eletrônica, o eleitor terá o comprovante de seu voto impresso e deverá depositá-lo em uma urna lacrada. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) posicionou-se contrário à sanção do texto, alegando "altos custos" para a implantação do novo sistema. A corte estima impacto de R$ 1,8 bilhão em seu orçamento.
Tutorial
Nesta terça-feira (23), o PSDB municipal começou a divulgar um tutorial de votação aos militantes. No vídeo de um minuto e meio, uma locutora explica o passo a passo do voto. Nos locais de votação terão um computador, uma impressora e uma urna de lona em que será depositado o comprovante impresso do voto. Como não conseguiu que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) liberasse as urnas eletrônicas, o PSDB buscou um sistema alternativo semelhante ao usado nas eleições gerais. O diretório municipal do partido em São Paulo desembolsou R$ 140 mil para bancar o processo.
Com a impressão do voto, os dirigentes do partido pretendem se blindar de possíveis questionamentos de fraudes na apuração. "Qualquer processo eleitoral está sujeito a fraudes. O voto impresso será a nossa segurança", afirma o vereador Mário Covas Neto, o Zuzinha, presidente do PSDB na cidade de São Paulo.
Dias depois do segundo turno das eleições presidenciais de 2014, o PSDB levantou a hipótese de fraude no processo e decidiu promover uma auditoria nas urnas, com autorização do TSE, para se certificar do resultado do pleito.
A decisão de promover uma auditoria das urnas foi tomada apenas quatro dias depois do 2º turno das eleições presidenciais do ano passado e foi o primeiro movimento do PSDB de contestação ao resultado do pleito. Em outubro do ano passado, no entanto, a auditoria não atestou fraude na eleição.
Votação
Cerca de 27 mil filiados estão aptos a votar nos 58 zonais do partido. A votação acontecerá das 9h às 16h. A apuração está prevista para começar às 17h, na Câmara Municipal, no centro de São Paulo. A previsão do partido é que o resultado saia em uma hora.
Caso nenhum dos três candidatos obtenha 50% dos votos válidos mais um, haverá segundo turno em 20 de março.
Em 2012, o PSDB paulistano também recorreu à consulta a militantes para definir o candidato do partido a prefeito de São Paulo. Naquele ano, dos 21 mil filiados, cerca de 6.000 participaram do processo que escolheu o hoje senador José Serra.


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