Orion Teixeira
O impasse entre o grupo político do
prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e o do senador Aécio Neves
(PSDB), para escolher o candidato a prefeito da capital mineira, deveria chamar
a atenção dos políticos pelos erros de avaliação que cometem. Além dos já
conhecidos, essas lideranças precisam entender que, com a nova lei, mudou o
modo de fazer campanha eleitoral. A principal alteração é que, com o fim do
dinheiro fácil (financiamento de empresas), não dá mais para confiar no
marketing e nos efeitos especiais que transformam um nome sem expressão em
candidato qualificado.
Trocando em miúdos, se respeitar a
lei, as campanhas ficarão mais baratas sem aquela contratação milionária do
marketing e de seus recursos de maquiagem midiática. Ou seja, o candidato
precisa estar mais preparado e pronto, para, diante das câmeras e do eleitor,
exibir as próprias qualidades e não as da embalagem publicitária.
A atual geração de políticos foi
criada no modelo que, há 26 anos, transformou, usando todos os recursos
técnicos e financeiros sem limites, um governador de Alagoas em um presidente
da República.
Para quem não sabia, os publicitários
mineiros foram os responsáveis por essa façanha que deu ares de super-homem ao
caçador de marajás. Enfim, a fragilidade de um candidato não poderá mais ser
compensada pelo marketing político e nem mesmo pelos acordos de lideranças.
Partido de Marina na polícia
Criado para fazer diferente, começou
dando mau exemplo o novo partido da ex-ministra Marina Silva, o Rede
Sustentabilidade, em Minas. A convenção estadual acabou em tanta confusão que
foi parar na polícia. Diante da instabilidade, a direção nacional anulou parcialmente
suas decisões e propôs acordo entre os grupos. Se até o dia 27 não houver o
entendimento, haverá uma espécie de intervenção, com a nacional impondo a
comissão provisória. O novo partido corre contra o tempo. Se não estiver pronto
até março, não poderá disputar as eleições municipais deste ano.
Porta-voz da Rede é dilmista
O dirigente estadual do Rede
Sustentabilidade, chamado por eles de porta-voz, Leonardo Luiz dos Santos, é
diretor técnico da Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais
(Casemg), órgão do governo federal, indicado pelo deputado federal Jayme
Martins (PSD). Ou seja, o representante de Marina em Minas é cargo de confiança
da presidente Dilma Rousseff (PT) e homem de confiança do deputado pessedista.

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