Paulo Leonardo
Gland é um pequeno e simpático
vilarejo que fica na margem suíça do idílico lago Léman, que separa a Suíça da
França. A 36 quilômetros de Lausanne e a 31 de Genebra, Gland tem pouco mais de
12 mil habitantes e sempre teve sua economia baseada na agricultura e na
criação de gado. É um vilarejo pacato, que só não passa desapercebido por conta
de três fatores.
O primeiro deles ocorreu logo no início
da II Guerra Mundial, quando os suíços construíram um sistema terrestre de
defesa chamado de Linha Toblerone, por utilizar blocos de concreto que tinham
formato similar ao do famoso chocolate suíço. Tinha cerca de 10 quilômetros de
comprimento. Seu objetivo era impedir a passagem de tanques. Os resquícios da
Linha Toblerone, um dos símbolos da resistência suíça durante a guerra, hoje
são um atrativo turístico.
O segundo fator foi que, depois de
séculos de placidez e vocação para a agricultura e a pecuária, nos anos 80 e 90
Gland começou a receber investimentos e a se desenvolver. Hoje, estão lá
escritórios de grandes empresas e organizações internacionais, como a Sun
Microsystems e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). Esse desenvolvimento
também trouxe novos moradores a este balneário exclusivo.
O “terceiro fator” foi justamente um
desses novos moradores. Sua presença bastou para colocar Gland de vez no mapa,
até mesmo no noticiário internacional.
Em uma mansão às margens do lago
Léman, Michael Schumacher continua sua luta diária pela sobrevivência. Em sua
casa, cercado pela família e por toda uma super estrutura de cuidados médicos,
o heptacampeão mundial tem estado clínico atual desconhecido por parte de boa
parte do mundo. A família criou uma rede de proteção tão forte ao redor de
Schumacher, uma espécie de Linha Toblerone antivazamento de informações, que só
resta às pessoas especularem ou tentarem obter informações dos poucos que têm
acesso à mansão.
Até mesmo os amigos mais próximos,
como seu empresário, Willi Weber, Jean Todt e Luca de Montezemolo, têm poucas
notícias em relação ao ex-piloto. “O Michael é como se fosse da minha família.
E quando você tem algum familiar nesse estado, é doloroso vê-lo”, disse Jean
Todt.
Schumacher luta para se recuperar dos
graves ferimentos do acidente de esqui ocorrido em dezembro de 2013, nos Alpes
franceses. O estado geral dele pouco evoluiu desde que saiu do coma, em junho
de 2014.

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