Jornal Hoje em Dia
A educação é o sustentáculo de
qualquer sociedade que se queira desenvolvida. É intrínseca a correlação do
ensino de qualidade com o desenvolvimento econômico de uma nação. No entanto,
isso não quer dizer apenas que se gaste enormes quantias de dinheiro no sistema
de educação para que ele se torne melhor. O gasto, na verdade, tem que ser bem
gerido e bem direcionado, com racionalização e eficiência.
E os especialistas são coincidentes em
dizer que o essencial é privilegiar a formação básica dos estudantes, o que os
tornará cidadãos de excelência no futuro. Países que passaram por essa
experiência adquiriram a chancela de desenvolvidos ao longo dos anos. Japão,
Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan e China são exemplos disso.
E o gasto deles com educação não é
exagerado. A China, por exemplo, segunda maior economia do mundo, gasta 4% do
seu Produto Interno Bruto (PIB). É certo que o PIB chinês é astronômico, mas
sua população também o é, com mais de 1,3 bilhão de habitantes.
O Brasil ainda engatinha em termos de
educação. Provavelmente tentando mudar essa situação, foi criado o Plano
Nacional de Educação (PNE), em 2014, que prevê que os gastos públicos com
ensino cresçam de 6% para 10% do PIB até 2024. Só que, conforme dizem
especialistas, será mantida a tradição brasileira de expansão sem qualidade.
E os bons exemplos que já existem no
país correm o risco de retroceder. Conforme mostra reportagem nesta edição, a
Prefeitura de BH está planejando uma redução drástica no Programa Escola
Integrada. Nesse sistema, crianças e adolescentes do ensino fundamental passam
9 horas na escola, recebendo a educação formal e também lazer, arte e cultura.
Esse tipo de ensino é adotado nos
países do Primeiro Mundo, porque representa a formação completa do aluno como
futuro profissional e cidadão. Na capital são atendidos cerca de 60 mil
estudantes pelo sistema integral. A PBH, pela redução dos recursos em função da
crise, pretende reduzir esse contingente em 30%, conforme informou uma fonte
que pediu anonimato.
Será que o prefeito Marcio Lacerda tem
a exata compreensão do retrocesso que essa medida representará? Haverá um grave
dano pedagógico e social em uma iniciativa de tanto êxito como esta.

Nenhum comentário:
Postar um comentário