Orion Teixeira
Ao completar 36 anos de fundação e de
vida, o PT chegou à maturidade e não pode fugir, no momento maior de sua crise
interna e externa, do encontro com sua história, consigo mesmo e com a
sociedade. É bem verdade que uns e outros, por devaneios e formação
antidemocrática, defendem sua extinção; outros, a perda de mandato de seus
eleitos. Nem por isso, o PT deve se apegar a esses desatinos para justificar e
defender seus 36 anos de benfeitos e malfeitos, comemorados na última quarta
(10).
Há de se reconhecer que promoveu mais
benefícios do que o contrário. Defendê-los é necessário, sim, e aos seus
personagens, mas não fugir da responsabilidade da prestação de contas. Se o
partido se acha e se diz diferente, que prove também agora, durante o mau tempo
que enfrenta, que não errou, ao contrário de tudo que está sendo acusado e, se
errou, que assuma a responsabilidade.
O ex-presidente Lula e o presidente
nacional, Rui Falcão, apontam perseguição dos conservadores, da direita, da
imprensa golpista e por aí segue, tabelando em um jogo no qual encaram apenas
seus adversários. Evitam dar uma satisfação sequer sobre as acusações que lhe
são feitas à sociedade, aos eleitores e àqueles que desejam mais do que torcer
para o vencedor de uma clássica partida de rivais.
Maior erro da história política
recente, iniciada por tucanos com a reeleição e copiada por petistas, é ignorar
um princípio caro à democracia, que é alternância de poder, abraçando práticas
não republicanas para manter-se nele a qualquer custo. Tudo somado, não é só o
PT; seus congêneres, como o PSDB, DEM e outros, também devem explicações.
Recreio não acabou
Como foi antecipado aqui na quinta (11),
os deputados estaduais seguiram o exemplo dos federais e dos senadores e
esticaram o feriadão. Dos 77, apenas 23 compareceram à Assembleia Legislativa
para trabalhar, mas, como o quórum mínimo exigido é de 26, a sessão foi logo
encerrada. Hoje (12), o placar deve cair ainda mais. Pode ser pouca coisa, mas
o desgaste vai se acumulando como os problemas. Ninguém sabe onde isso vai
parar.
Sétimo bloqueio gaúcho
Definitivamente, o governo gaúcho não
é um bom exemplo para Minas em termos de contas públicas. Nesta quinta (11), o
governo federal determinou o sétimo bloqueio financeiro do Rio Grande do Sul,
desta vez, no valor de R$ 151 milhões, correspondentes a R$ 82,8 milhões do
Fundo de Participação dos Estados e a R$ 68,2 milhões do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida foi tomada porque o Estado gaúcho
não pagou parte da parcela de janeiro da dívida com a União, no valor de R$
275,7 milhões.
PMDB pode ganhar mais quatro
O PMDB deverá ser o partido que mais
ganhará deputados estaduais após a promulgação da PEC que permite a migração
partidária a partir do dia 18 de fevereiro até o dia 18 de março. Quatro
parlamentares estão interessados, o que fará crescer a bancada de dez para 14
se não houver resistências internas. O PT, que perdeu um e ficou com nove, pode
sofrer mais baixas. Ainda assim, a migração favorecerá o lado governista.
Clima de Bolsa de valores
Nessa fase de início de ano, quase
tudo parece ter saído de uma bolsa de valores. Aquilo que não é faz tudo para
parecer o contrário num jogo permanente de faz de contas. Toda a especulação
será dissolvida com o tempo.

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