Opinião Jornal Hoje
em Dia
É muito difícil para um profissional
fora do nível estratégico da empresa entender o valor que as inovações em
tecnologia podem trazer ao negócio. Como transformar a inovação tecnológica em
inovação de negócio e, assim, criar um novo produto, ter mais rentabilidade ou
até mesmo produzir um diferencial competitivo?
Este vem sendo um problema para as
empresas de engenharia, pois normalmente o nível estratégico é ocupado pelos
fundadores da empresa, ou seja, profissionais mais maduros, excelentes
engenheiros com grande reputação, mas longe do contato e interesse na
tecnologia.
Esse cenário vem predominando até
agora. As empresas até compram tecnologia, investem em softwares CAD,
modeladores BIM e sistemas de gestão de documentos e processos, porém esse
gasto não se reflete no negócio. Assim, a tecnologia da informação (TI) passou
a ser entendida como custo e não investimento.
A empresa faz a atualização porque
saiu uma nova versão, assim como o dono troca anualmente o seu modelo de carro,
porém não se pensa, planeja e justifica essa atualização com um impacto no
negócio.
O “jogo vai virar”, dois grandes
fatores já estão promovendo mudanças e irão alterar esse cenário de forma
definitiva em um curto espaço de tempo.
O primeiro deles é a crise. Em
momentos como os atuais é impensável gastar dinheiro com algo que não traga um
benefício muito bem mapeado e comprovado. Também é questão de sobrevivência
inovar, não há mais zona de conforto, inovar para criar novos produtos, achar
novos clientes, aumentar produtividade, ter um diferencial, etc.
O segundo vem da indústria de
software, que está mudando o seu modelo de comercialização e ficando mais
aderente ao modelo que o tsunami chamado “nuvem” impôs. Com a nuvem veio o
conceito de software como serviço, no qual a empresa paga pelo o que usa e
quando usa. Modelo este que não se compra, mas sim aluga-se.
No SaaS (Software as a Service) não
basta fornecer uma aplicação que roda de forma individual, pois este padrão de
fornecimento demanda softwares que operem de forma integrada e com serviços
associados. Ter um software e não usá-lo passa a significar algo semelhante a
alugar um escritório e deixá-lo vazio, alugar um carro e apenas pegar táxi.
Ficará muito explícito o custo sem o benefício associado.
Qual caminho seguir? Primeiro deve-se
mudar o entendimento de que tecnologia é um custo, ela deve ser encarada como
um investimento, pois é elemento que propicia a necessária inovação. Depois é
preciso dar mais eficiência e eficácia ao investimento em tecnologia.
Então, o caminho é fazer com que os
sócios comecem a entender os conceitos, invistam tempo em aprender e trilhar a
busca do uso da inovação tecnológica para reinventar a engenharia de suas
empresas.

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