Jornal Hoje em Dia
A face mais cruel da recessão
econômica é, sem dúvida, o desemprego. O trabalhador perde a sua fonte de renda
que possibilita a manutenção de sua família, e também é a força que movimenta a
economia, por meio do consumo de produtos e serviços. Para o empregador também
não é uma tarefa fácil ter que reduzir seu número de funcionários. O
treinamento de um profissional e os anos de experiência contam muito para o
sucesso de um empreendimento.
O Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), feito pelo Ministério do Trabalho, revelou nessa quinta
que em 2015 foram fechadas 1 milhão e 542 mil postos de trabalho. Somente em
dezembro passado – época em que normalmente as contratações, sobretudo
temporárias, crescem – foram perdidas 596 mil vagas. Só em Minas foram 200 mil.
Nada mais, nada menos, esse é pior resultado anual registrado pelo Caged desde
1992, há 24 anos, portanto.
Em seus pronunciamentos fantasiosos,
os membros do governo alegam que neste ano as coisas “começarão a mudar”. Mas
não há nada no horizonte que sinalize uma mudança que convirja para esse
otimismo. Falta capital de giro, faltam investimentos em obras de
infraestrutura, falta um ajuste fiscal que reduza a penosa carga tributária
sobre as empresas e a população em geral.
Esse diagnóstico foi feito pelo
presidente da Fiemg, a federação que congrega as indústrias do Estado, setor
que vem sendo bastante penalizado pela atual conjuntura. Sem falar na questão
política, com o Congresso e o governo se digladiando por poder e passando ao
largo dos problemas nacionais.
E o desemprego provoca um outro
problema, a inadimplência. A Serasa Experian, uma agência privada multinacional
que formula análises de conjuntura, apontou que o Brasil iniciou 2016 com um recorde
de 59 milhões de pessoas que estão com dívidas em atraso por pelo menos dois
meses. E é a perda do emprego a principal causa da inadimplência.
Uma diretora da Serasa afirma que é
possível superar a perda do emprego desde que se tenha organização e disciplina.
O que, evidentemente, não é fácil para quem está nessa situação. Mas, segundo
ela, é uma época que pode gerar oportunidades fora da área de atuação do
profissional. Na falta de opção, não custa tentar.
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