quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

SE CONSELHO FOSSE BOM SERIA VENDIDO



  

Jornal Hoje em Dia



O governo joga hoje mais uma cartada na tentativa de recuperar sua credibilidade. Retorna com uma instituição que havia há muito deixado de lado, o Conselhão, alcunha do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. São 90 integrantes, entre membros do governo e representantes da sociedade civil, sobretudo empresários. Aliás, por parte destes últimos, deve ouvir pedidos para que tome medidas efetivas para estimular a recuperação da economia.
E é aí que o governo fará seu lance mais ousado. Pretende anunciar uma linha de crédito no valor de R$ 50 bilhões, via Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal, para estimular os investimentos, sobretudo na construção civil, que tem resposta rápida em termos de criação de postos de trabalho.
Também foram planejados financiamentos específicos para a indústria e o agronegócio, com foco no pequeno e no médio empresário, conforme apuraram em Brasília as agências de notícias. O curioso é que um dos membros do Conselhão será Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae, serviço de apoio às empresas menores, que nunca fora convidado antes.
Já escaldados com outras medidas governamentais que não resultaram em nada, os economistas e analistas veem com reservas essa nova iniciativa. A começar do próprio Conselhão. Criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003, como uma forma de “dialogar com a sociedade”, nunca teve participação efetiva nas decisões do governo. E fora extinto em 2014 por Dilma Rousseff, que não é do tipo que gosta de palpites.
Sobre a ampliação do crédito, parece a reedição da fórmula utilizada por Lula, em outros tempos, de estimular o consumo para reativar a economia. O PT e o próprio Lula vêm batendo nessa tecla. Teriam até impedido o aumento da taxa básica de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária. Ocorre que na época de Lula a economia estava aquecida pela alta dos preços dos produtos primários de exportação.
No momento atual, diante das incertezas da economia, alta do desemprego e inflação alta, consumo é em que menos pensa a população. Como disse um analista, o problema não é de oferta, mas da falta de procura, porque falta renda.

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