Eduardo Costa
Com a chegada dos meses mais quentes,
todo cuidado é pouco com os animais peçonhentos, entre os quais se destacam
aranha, cobra, lagarto e escorpião. Quem adverte entende do assunto: o clínico
Adebal de Andrade Filho trabalha no setor de toxicologia do Hospital João XXIII
e, no ano passado, defendeu dissertação sobre “Análise clínico-epidemiológica
de casos de ofidismo” atendidos no principal pronto-socorro do Estado.
Sobre as cobras, ele estudou 834 casos
registrados no HPS durante dez anos, dos quais a metade foi causada por
serpentes não venenosas. Setenta e cinco por cento dos pacientes eram homens,
51% com idade entre 20 e 49 anos, e mais da metade aconteceu nos meses de
verão, com concentração maior no fim das tardes e início das noites. A cascavel
é a cobra peçonhenta mais presente nas ocorrências. Felizmente, apenas 16% dos
casos evoluíram para quadros mais graves e só 7% exigiram internação; no
entanto, o médico avisa que as crianças e idosos têm de receber atendimento
mais rápido.
No caso das cobras, sua maior ameaça
nesta época do ano deve-se ao fato de que ficam úmidas com as chuvas e, quando
o sol aparece, precisam de sol para reencontrar o equilíbrio. Já os escorpiões
surgem em maior quantidade por outro detalhe: seu principal alimento é a
barata, que vive em bueiros e lugares escuros; com as chuvas, as enchentes
levam as baratas e, sem comida, o escorpião sai em busca de sobrevivência...
Daí, a importância de manter as imediações das casas bem limpas e tomar
cuidados adicionais no interior da residência como, por exemplo, manter os
ralos de banheiros fechados. Conferir as camas, de vez em quando sacudir
calçados, colocá-los na janela para tomar sol são outras providências. Quem
mora perto de cemitério deve ficar mais atento, pois, ali se concentra grande
número de baratas e, por extensão, escorpiões. As galinhas soltas no terreiro
podem até ajudar, mas, como elas dormem cedo, não são garantia de proteção...
De qualquer forma, evitar entulho e qualquer sujeira no quintal é fundamental,
não apenas para afugentar esses animais como também prevenir contra o mosquito
da dengue e outros riscos.
O doutor Adebal pede cautela também em
relação a uma lagarta, a “lemônia” – que mede cerca de seis centímetros e tem o
corpo revestido de espinhos, que contêm uma toxina causadora de distúrbios na
coagulação sanguínea, levando a uma hemorragia. A coloração em geral é
marrom-claro esverdeada ou marrom amarelada, com três listras. Essa lagarta
também é conhecida como taturana, lagarta-de-fogo e, no interior, como oruga.
Ela é encontrada em colônias, no tronco das árvores, mais em ambientes
rurais... No caso de contato, a pessoa deve imediatamente capturar a lagarta ou
fazer algum registro. Aliás, com a proliferação dos celulares e suas câmeras cada
vez mais modernas, os médicos sugerem que alguma pessoa faça a foto e leve
junto da vítima porque assim a identificação da lagarta será mais rápida e o
socorro também.
Por fim, o alerta é em relação às
aranhas, mais especificamente aquela que conhecemos como viúva negra e costuma
pular no nosso corpo. Ela também pode fazer grande estrago no corpo humano.
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