José Carlos Buzelin
Se o Teatro da Cidade tivesse sido
construído em Nova York, estaria na Broadway. Mas, nesta infeliz Belo
Horizonte, acabou fechando suas portas.
Dias atrás, encontrei-me com meu amigo
Pedro Paulo Cava, aclamado diretor, ator, autor, dramaturgo, produtor e
professor de teatro. Decepcionado e jamais vencido, falava das dificuldades
enfrentadas à consecução de arrojado projeto, por ele idealizado e conduzido
por 25 anos consecutivos. Lembrou-se dos obstáculos superados, quando resolveu
criar o espaço que acabou sendo uma referência artística e cultural mineira,
com prestígio nacional.
Nos anos de 1970, aos 24 anos de
idade, Cava despontava brilhante por seus empreendimentos. Em 1986, recebera
inestimável apoio de Luiz Fernando Pereira da Silva, então diretor da “Elo
Engenharia”, oferecendo-lhe dependências para o almejado teatro, no edifício
“Couto e Silva”, na rua da Bahia. Desde a década de l990,nada menos que 1,8
milhão de pessoas prestigiaram a casa, constituindo um público cada vez mais
numeroso. Sob o patrocínio de 200 empresas possíveis se tornaram memoráveis
apresentações!
Faz até chorar a saudade dos musicais,
numa ascensão de constante afirmação, com permanência em cartaz, jamais vista
aqui. ”Mulheres de Hollanda” (1992-1994), reprisada posteriormente; “Na Era do
Rádio” (1995-1997); “Estrela Dalva”(2000-2004, encerrada no auge do sucesso);
“Brasileiro, Profissão Esperança”(2009-2010); “Morte e Vida de
Severina”(2011-2013) e, finalmente,“Samba, Amor e Malandragem” (2014-2015).
Artistas como Mário Lago, Baden
Powell, Lô Borges, Paulo César Pinheiro, Paula Santoro, Maurício Tizumba,
Geraldo Vianna, Juarez Moreira, Tereza Cançado, Fernando Muzzi, dentre outros,
conferiram ao aludido teatro tradição e respeitabilidade.
SEGREGADA
Templo que recomenda a Praça Carlos
Chagas, recentemente revitalizada. Sob a predominância da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais, destina-se também ao lazer, bem como à pratica
esportiva. O acesso à igreja acabou prejudicado com a retirada do próprio
estacionamento extensivo à região, transformado em playground.
Novos assentos, ainda que úteis,
comprometeram o adro destinado à circulação e à preservação do silêncio,
indispensável à oração. Utilizados por infelizes moradores de rua, além de
desocupados, facilitam a poluição sonora prejudicial à celebração das missas,
homilias e demais cerimônias, em flagrante desrespeito aos paroquianos e demais
fiéis.
Bom recordar que a igreja Nossa
Senhora de Fátima é anterior à Assembleia Legislativa, tendo sido
posteriormente projetada pelo conceituado arquiteto Roney Filgueiras. Trata-se
de uma das mais visitadas atrações turísticas da capital, ao que parece
relegada à própria sorte.Cercada por área verde maltratada, o mato acaba
destruindo seus jardins. O piso de inferior qualidade, em nada se compara às
pedras que ali existiam.
Colorido artificialmente de rosa e
verde, já se mostra danificado e sujo. Como pichadas já se acham as paredes do
templo e de outros locais outrora bem mais nobres.
Tem sido o destino das nossas praças
revitalizadas. Para simples exemplo, os postes instalados na praça Raul Soares
são, no mínimo, ridículos e frágeis!
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