quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

NO BRASIL, TUDO QUE SE REFERE À CULTURA, NÃO VAI PRA FRENTE



  

José Carlos Buzelin




Se o Teatro da Cidade tivesse sido construído em Nova York, estaria na Broadway. Mas, nesta infeliz Belo Horizonte, acabou fechando suas portas.

Dias atrás, encontrei-me com meu amigo Pedro Paulo Cava, aclamado diretor, ator, autor, dramaturgo, produtor e professor de teatro. Decepcionado e jamais vencido, falava das dificuldades enfrentadas à consecução de arrojado projeto, por ele idealizado e conduzido por 25 anos consecutivos. Lembrou-se dos obstáculos superados, quando resolveu criar o espaço que acabou sendo uma referência artística e cultural mineira, com prestígio nacional.

Nos anos de 1970, aos 24 anos de idade, Cava despontava brilhante por seus empreendimentos. Em 1986, recebera inestimável apoio de Luiz Fernando Pereira da Silva, então diretor da “Elo Engenharia”, oferecendo-lhe dependências para o almejado teatro, no edifício “Couto e Silva”, na rua da Bahia. Desde a década de l990,nada menos que 1,8 milhão de pessoas prestigiaram a casa, constituindo um público cada vez mais numeroso. Sob o patrocínio de 200 empresas possíveis se tornaram memoráveis apresentações!

Faz até chorar a saudade dos musicais, numa ascensão de constante afirmação, com permanência em cartaz, jamais vista aqui. ”Mulheres de Hollanda” (1992-1994), reprisada posteriormente; “Na Era do Rádio” (1995-1997); “Estrela Dalva”(2000-2004, encerrada no auge do sucesso); “Brasileiro, Profissão Esperança”(2009-2010); “Morte e Vida de Severina”(2011-2013) e, finalmente,“Samba, Amor e Malandragem” (2014-2015).

Artistas como Mário Lago, Baden Powell, Lô Borges, Paulo César Pinheiro, Paula Santoro, Maurício Tizumba, Geraldo Vianna, Juarez Moreira, Tereza Cançado, Fernando Muzzi, dentre outros, conferiram ao aludido teatro tradição e respeitabilidade.

SEGREGADA

Templo que recomenda a Praça Carlos Chagas, recentemente revitalizada. Sob a predominância da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, destina-se também ao lazer, bem como à pratica esportiva. O acesso à igreja acabou prejudicado com a retirada do próprio estacionamento extensivo à região, transformado em playground.

Novos assentos, ainda que úteis, comprometeram o adro destinado à circulação e à preservação do silêncio, indispensável à oração. Utilizados por infelizes moradores de rua, além de desocupados, facilitam a poluição sonora prejudicial à celebração das missas, homilias e demais cerimônias, em flagrante desrespeito aos paroquianos e demais fiéis.

Bom recordar que a igreja Nossa Senhora de Fátima é anterior à Assembleia Legislativa, tendo sido posteriormente projetada pelo conceituado arquiteto Roney Filgueiras. Trata-se de uma das mais visitadas atrações turísticas da capital, ao que parece relegada à própria sorte.Cercada por área verde maltratada, o mato acaba destruindo seus jardins. O piso de inferior qualidade, em nada se compara às pedras que ali existiam.

Colorido artificialmente de rosa e verde, já se mostra danificado e sujo. Como pichadas já se acham as paredes do templo e de outros locais outrora bem mais nobres.

Tem sido o destino das nossas praças revitalizadas. Para simples exemplo, os postes instalados na praça Raul Soares são, no mínimo, ridículos e frágeis!

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