Simone Demolinari
Mobbing é um termo ainda recente no
Brasil, mas é tão antigo quanto o trabalho. É usado para descrever a violência
emocional que acontece no ambiente corporativo. A palavra deriva do inglês que
tem o sentido de “atacar”.
As empresas, ao recrutarem
funcionários, avaliam sua capacidade de gerar resultado e dão pouca importância
às suas características comportamentais. A questão é que um líder sem
competência emocional pode gerar inúmeros conflitos numa equipe, inclusive
mobbing.
Mobbing ou assédio moral, trata-se de
reiteradas condutas ofensivas dirigidas a uma pessoa com o principal objetivo
de humilhar, denegrir, depreciar e desestabilizar sua saúde psíquica. Muitas
vezes, as agressões ocorrem de forma dissimulada, não ficando óbvio para os
demais o que está acontecendo. Aliás, muitos até duvidam da versão da vítima, a
julgando sensível demais ou com mania persecutória.
Um dos primeiros estudiosos a falar
sobre esse assunto foi o psicólogo sueco Heinz Leymann, que definiu o fenômeno
da seguinte forma:
“Uma psicologia do terror manifestado
no ambiente de trabalho por uma comunicação hostil e sem ética direcionada a um
indivíduo ou mais. A vítima, como forma de defesa, reprime-se, desenvolvendo um
perfil que somente facilita ao agressor a prática de outras formas de assédio
moral.”
Engana-se quem pensa que esse
comportamento somente ocorre de chefe para subordinado. Apesar de mais raro, é
possível ser o contrário – de subordinado para o chefe ou então entre colegas
do mesmo nível hierárquico, o que é bastante comum. Um dado curioso é que as
estatísticas atuais apontam maior número de ocorrências entre as mulheres.
O fenômeno pode ser classificado da
seguinte forma:
Individual: é a agressão feita de
forma “gratuita” com o único objetivo de mostrar poder.
Estratégico: esta forma tem o claro
objetivo de provocar um pedido de demissão através da rendição emocional. Seja
pelo funcionário causar incomodo ao agressor, pelo fato de ele custar caro para
a organização ou por outros motivos semelhantes.
Transversal: este ocorre com membros
da mesma equipe. Geralmente a vítima é alguém que destoa dos demais ou por não
querer fazer conchavos ou por ser favorável a empresa.
Institucional: é o assédio implantado
na cultura organizacional. Um exemplo típico são as empresas que estabelecem
metas inatingíveis deixando o funcionário sempre em dívida com a empresa. Há um
permanente clima de pressão gerando desgaste emocional e insatisfação geral da
equipe.
Muitas vezes a empresa faz “vista grossa”
para a situação, imbuída numa falsa crença de que a motivação pelo medo e
humilhação trazem bons resultados. Razão pela qual esse comportamento se
incorpora na cultura organizacional, fazendo daquela, uma empresa
emocionalmente doente para se trabalhar.
Nem todos tem coragem de denunciar as
agressões, com isso vivem em constante sofrimento e aos poucos vão se sentindo
angustiados, tristes e deprimidos chegando ao ponto de pedir demissão para se
ver livre daquela tortura emocional.
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