quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ!



  

Márcio Doti



O ano só começa depois do carnaval. Isto não é novo. Com real em alta, com real em baixa, com inflação ou sem ela, com uma epidemia de escândalos ou uma desarrumação generalizada, a verdade é que as ações só surgem depois que os tambores se calam e a quarta-feira chega; cheia de cansaço, de medos, arrependimentos e dissimulações. Essas coisas estão previstas. Por mais que se queira vestir cores de esperança ou de otimismo, não há números na economia, nem sinais nas bolsas de valores, sequer entusiasmo nem mesmo nesse conselhão montado pela presidente Dilma Rousseff para encorajar donos do dinheiro a enfiar as mãos nos bolsos e colocar no mercado suas fortunas para mover engrenagens, fazer surgir empregos e, sobretudo, compradores que ponham em movimento o que a incompetência cuidou de espantar, afugentar e paralisar.
UM PAÍS ALQUEBRADO
Mesmo ao som dos tambores e das cuícas, o que os foliões - que somos todos nós, estão percebendo, é um país alquebrado, desanimado, de gente que olha para todos os lados e enxerga só sinais de destruição, de desarrumação. Gente tentando ludibriar a opinião pública, um pobre juiz herói sozinho contra toda uma estrutura que não diz a que veio ou a que deveria vir. Uma Polícia Federal heróica que acaba de levar um tiro nas asas ao perder do seu orçamento anual R$150 milhões. Será mesmo verdade que o juiz Sérgio Moro teve que pagar do próprio bolso a conta de energia elétrica da Superintendência de Curitiba? E o Ministério Público Federal que também luta contra um corte de suas verbas no orçamento. Será que em meio a tantos escândalos, tanta coisa para ser consertada, havia ambiente para retirar desse órgão os recursos indispensáveis para as suas ações?
A DURA REALIDADE
Enquanto não chega a quarta-feira de cinzas, o folião brasileiro olha para o outro lado e enxerga políticos se mexendo para articular um grande movimento contra um anunciado e já alquebrado impeachment presidencial. Cassaram o mandato do governador do Amazonas. O TRE de lá tirou o mandato do governador José Melo, do PROS, depois de julgar ação impetrada pelo outro candidato, Eduardo Braga, do PMDB. Qual seria o resultado se fosse o contrário, se a ação fosse do candidato do PROS contra um governador do PMDB? Não se arrisquem a responder.
Mas a quarta-feira de cinzas vai chegar e em meio às confusões ressucitadas dos tribunais e dos plenários legislativos haverá nas casas, nos bolsos e nas mesas o encontro de foliões cansados com a realidade insuportável, já agora sentida, mas que pode ser mais dura diante da absoluta ausência de futuro, de plano consistente, no que nos repetimos do comentário dessa terça. Onde estão os planos? E mais que isso, onde está o eldorado prometido?

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