quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

DEPOIS DO MUNDO ALERTAR O GOVERNO DIZ VAI QUE VAI COMBATER O MOSQUITO



  

Jornal Hoje em Dia



O Brasil não consegue se livrar do epíteto de “rei das trapalhadas”. Na verdade, não o Brasil, mas as autoridades que o representam. Ou como cunhou o cronista Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sérgio Porto, ainda na década de 60, é o chamado FEBEAPÁ, acrônimo que significa “festival de besteiras que assola o país”. É o que se pode inferir quando se analisa as declarações do ministro da Saúde, o piauiense Marcelo Castro.
O ministro é médico com especialização em psiquiatria – por isso surpreendem as suas declarações. Em 2014 foi reeleito para o quinto mandato de deputado federal. É titular do ministério desde outubro passado. E vem criando um verdadeiro festival de frases controversas, principalmente porque se referem a um problema de saúde pública, a infestação do mosquito Aedes aegypti, que dissemina a dengue, chikungunya e zika vírus.
“Eu percebo que os homens se protegem. As mulheres, normalmente, ficam de perna de fora e, quando usam calça, usam sandália”, foi uma de suas declarações em relação ao zika vírus, que pode causar a microcefalia em fetos. “Vamos torcer para que as pessoas (mulheres), antes de entrar no período fértil, peguem a zika”, foi outra declaração infeliz. E a que deixou até o governo revoltado, embora carregada de razão: “Nós estamos há três décadas com o mosquito aqui, no Brasil, e estamos perdendo feio a batalha para o mosquito”.
E é isso mesmo o que vem ocorrendo em nível nacional e estadual. Os governos vêm agindo de forma lenta, mesmo diante de um problema tão grave. O que mais tem ocorrido são reuniões de equipe, que não adotam ações práticas e imediatas. Conforme mostra reportagem nesta edição, a força-tarefa criada em Minas para vistoriar 8 milhões de domicílios até 31 de janeiro terá que estender o prazo, porque a meta não foi cumprida.
E não há outra forma que não esta, a de enviar fiscais direto para as casas, para a detecção de focos do mosquito, já que grande parte da população parece não atentar para o perigo, mantendo displicentemente pontos com água parada que representam local aprazível para as larvas do mosquito.
Em ano de Olimpíadas, muitos estrangeiros que pensavam em vir ao Brasil já devem estar reavaliando a ideia. Os prejuízos para o país são visíveis, mas as autoridades parecem não perceber essa magnitude.

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