terça-feira, 29 de dezembro de 2015

GOVERNO CORROMPIDO





Orion Teixeira



Na abertura da última semana do ano, ou seja, às vésperas de 2016, cresceu, nesta segunda (28), a pressão sobre o governo Dilma para mudanças e adoção de medidas que reorientem a economia na direção da retomada do crescimento e sem riscos aos projetos sociais. No mesmo dia em que traçaria novas diretrizes para a nova equipe no Ministério da Fazenda e no Planejamento, governadores de Estado se reuniram em defesa de mudanças na agenda econômica e a direção do PT cobrou ousadia da presidente.

O movimento surgiu após o arrefecimento da pressão política pelo impeachment, considerando que, com a trégua, é necessário retomar, primeiro, o comando do governo. Ainda que desordenada, a reação dos governadores soa como desespero ante o esgotamento de alternativas para superar a crise que afeta a todos com a baixa arrecadação. O drama maior dos governadores é o pagamento em dia dos salários dos servidores e a manutenção dos serviços básicos na saúde, segurança e educação.

A maioria dos estados aprovou aumento de impostos a partir do dia 1º de janeiro para compensar as perdas. Em Minas, subirá a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de mais de 160 produtos. Apesar do aumento da receita e do pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotor (IPVA), o governo mineiro estuda o retorno do escalonamento de salários dos servidores do Executivo a partir de abril.

Do lado da direção nacional petista, o presidente Rui Falcão condenou a política de juros altos e os cortes em investimentos e nos direitos trabalhistas e previdenciários. Quer extinguir o ajuste fiscal do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que, segundo o petista, deixou um rastro de frustração no primeiro ano do segundo mandato de Dilma. Exatamente o oposto do que se queixa o mercado, que viu na mudança risco de relaxamento no controle das contas públicas.

Tanto quanto governadores, petistas e o mercado, a própria presidente deseja fortemente melhoria no cenário econômico para que não volte a sofrer as pressões políticas deste ano e o risco de impeachment. Com mudanças nas regras do impeachment, o governo conquistou condições para tirar o peso da política desconstrutiva sobre os rumos da economia. Reorganizada, a economia pauta a política; descontrolada, volta a ser refém da segunda.


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