quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

DESCASO PARA COM O MEIO AMBIENTE



  

Jornal Hoje em Dia



É lamentável que o PAC Prevenção não tenha saído do papel. Já se passaram três anos desde o lançamento do programa e, até agora, nada. Em outras palavras: o programa do governo federal prevê uma série de obras em todo o país para garantir a segurança de moradores de áreas passíveis a desastres naturais, mas as intervenções até aqui são proteladas por falta de recursos.
Apesar de ter sido questionado sobre os valores previstos para investimento nesta área via operação de crédito, o Ministério das Cidades se limitou a falar sobre os termos de compromissos firmados com os municípios. O que não ficou claro é se a pasta vai repassar, de fato, os R$ 35,3 milhões previstos para as três intervenções, por exemplo, em Minas Gerais, citadas no projeto do orçamento de 2016.
No nosso caso, embora o valor que se espere arrecadar via operação de crédito com a Caixa Econômica Federal para aplicação em três obras do PAC Prevenção seja de R$ 35,3 milhões, a previsão de investimento nas mesmas intervenções, no ano que vem, é de apenas R$ 1,5 milhão – R$ 500 mil para cada uma.
E segundo o governo de Minas, a previsão de arrecadação não será cumprida por parte do governo federal.
“Os valores orçados em operação de crédito para as ações voltadas à redução do risco de desastres naturais no PAC da Prevenção junto à Caixa Econômica Federal, para 2016, representam uma perspectiva de repasses do governo federal, o que ainda depende da aprovação das previsões orçamentárias do Estado e da União”, informou o Estado por meio de nota. Postura cômoda.
A versão é distinta daquela apresentada pelo governo federal, que alega não ter previsão de cortes nos recursos para investimento nessas obras. Segundo o Ministério das Cidades, diante da atual crise financeira, a União vem mantendo como prioritárias as obras do PAC da Prevenção, havendo, para alguns casos, necessidade de adequação à essa nova realidade. Adequações estas que não se aplicam nesse caso.
O descaso com a questão ambiental também pode ser observado na forma como são tomadas as decisões. Se se deixasse os técnicos decidirem sobre matérias pertinentes, os riscos seriam menores. Mas as decisões são políticas.
 

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