quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

DE MISERÁVEL PARA POBRE



  

Márcio Doti




Treze anos de governo petista e mais 200 anos de seus antecessores não foram suficientes para convencer quanto à conveniência de se trabalhar todo o tempo, todos os meses como, por sinal, fazem os trabalhadores brasileiros. Agora, querem que o Legislativo trabalhe todo o tempo porque existe pressa em liquidar logo essa questão do impeachment. Melhor agora do que no ano que vem quando, certamente, a economia estará torcendo a cara dos cidadãos de todos os níveis e promete uma frigideira para que todos possam dançar. Há um justificável receio de que os brasileiros saiam às ruas na medida em que o tempo vá mostrando governantes teimosos e dispostos a lutar pelo poder, mesmo sentindo um ar de repulsa por toda parte.

Não é de hoje que o Brasil se transformou no país do oportunismo, as verdades são camaleônicas e mudam de acordo com as circunstâncias. Mas nem é preciso ser especialista para entender que a economia dos próximos meses e, segundo experts, dos próximos anos, será cruel, perversa e promete não ceder a qualquer aceno, senão a um quadro em que exista seriedade, respeito entre as partes, seja governo, seja iniciativa privada ou o trabalhador brasileiro. As dificuldades, o sofrimento a partir dos bolsos, os preços espantosamente altos de produtos essenciais, tudo isto acaba produzindo reações.

O comportamento vai mudando aos poucos, a não ser o posicionamento daquela minoria teimosa que aplaude o que deveria vaiar, que insiste em defender o indefensável, seja por dificuldade de enxergar ou seja por interesse pessoal, ganhando com a crise ou a despeito do que seja. O brasileiro não consegue mais manter-se distante e com a prática daquele discurso de detestar a política e os políticos. Num grau mais elevado de dificuldade e sofrimento, nossos cidadãos estão vendo que a chatice da política não se mantém distante, ela é sentida de verdade porque seus efeitos são imediatos, as consequências vão para as nossas casas, se instalam em nossas mesas, nossos quartos e nos obrigam a perceber que sem atitudes nossas tudo fica pior a cada dia e será assim até que saibamos gritar, protestar, expor as nossas vontades.

A nuvem de gafanhotos devastou a nossa lavoura. Implantou a fome. Enquanto o país pedia providências, correções de rumo, austeridade no gasto público, seriedade e respeito às prioridades, nosso dinheiro abastecia bolsos, ultrapassava nossas fronteiras para render agrados milionários. E nada disso iria parar não fossem algumas vozes teimosas, muito poucas por sinal, a julgar pela quantidade de beneficiários da gastança e da falta de critério no uso do dinheiro público. Dinheiro que há muito vem faltando para custear escola, segurança, saúde e que, apesar disso, vinha sendo consumido pelo mau gerenciamento, pela desonestidade.

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