quarta-feira, 4 de novembro de 2015

POLÍTICA DOIDA



  

José Antônio Bicalho



A indústria automotiva foi um dos setores que mais ganhou nos anos de bonança do governo Lula e primeiro mandato de Dilma. Agora, com a crise e o fim dos subsídios, está entre os que mais perdem.
A força e a velocidade da inversão são impressionantes. E com isso o Brasil vem perdendo espaço e importância no mercado global da indústria automotiva, como mostra o balanço mundial de vendas feito pela empresa de consultoria Jato Dynamics.
Em setembro, as vendas de automóveis e comerciais leves (picapes, furgões e vans) no Brasil caíram impressionantes 31,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o maior recuo entre os 15 maiores mercados mundiais de veículos.
No acumulado do ano até setembro, a queda nas vendas foi de 21,7%, a segunda maior entre os 15 mercados top, atrás apenas da Rússia, que apresentou queda de 33,0%. Vale lembrar que a Rússia está envolvida simultaneamente em dois conflitos internacionais (Ucrânia e Síria) e enfrenta uma série de sanções econômicas internacionais.
Nos 12 meses até setembro, foram vendidos no Brasil 1,882 milhão de veículos, contra 2,404 milhões do período equivalente anterior. Com o recuo nas vendas, o Brasil foi rebaixado da quinta para a sétima posição entre os maiores mercados mundiais de veículos, ultrapassado por Alemanha e Índia.
Considerando apenas as vendas de setembro, o Brasil cai mais uma posição, para oitavo lugar, desta vez ultrapassado pela França.
Alguns crescem
Enquanto o Brasil engata a marcha à ré, uma série de países que começam a reagir à crise mundial apresentam números exuberantes. O destaque são os Estados Unidos, que apresentaram 15,5% de crescimento nas vendas de setembro contra o mesmo mês de 2014, e que voltam a brigar com a China pela posição de maior mercado mundial de veículos.
No acumulado de 12 meses até setembro, os Estados Unidos venderam 13,055 milhões de veículos, contra 15,656 milhões da China. É interessante notar que as vendas da China em setembro, de 1,870 milhão, equivalem a todo um ano de vendas no Brasil, de 1,882 milhão (em doze meses até setembro).
Também apresentaram bom crescimento de vendas a Grã Bretanha (9,7%); a França (9,0%); a Itália (15,3%) e a Espanha (26,1%), países até então afundados na crise europeia.
Nos próximos dias teremos a divulgação dos dados de vendas de outubro da Anfavea (a entidade que representa as montadoras no Brasil). Eles levam em consideração os números de licenciamento de veículos, que são um pouco mais precisos do que os utilizados pela Jato Dynamics (informações das montadoras).
O mais importante será buscar sinais no documento da Anfavea de que o mergulho das montadoras começa a ser suavizado, o que não aconteceu até agora. Até que os números comprovem o contrário, as vendas das montadoras no Brasil continuam em queda livre e sem escalas.

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