Eduardo Costa
Aqueles que têm um pouco de informação
ficam assustados com algumas coisas que ouvem no dia a dia. Uma delas é a velha
frase de que “quem se preocupa com alta do dólar é rico, porque pobre não viaja
para o exterior, não sofre qualquer alteração na vida”. Como se muitos dos
produtos e serviços essenciais na vida dos mais humildes, como o pãozinho e a
passagem de ônibus, não tivessem influência direta da oscilação do câmbio e, ao
contrário, se rico, de fato, deixasse de ir jogar tênis em Miami porque o dólar
passou dos R$ 4.
Outra coisa que ouço com frequência
incômoda é o grito dos que não estão “nem aí” para a política, orgulhosos de
que não lixam para voto, não se lembram em quem votaram e etc e tal. Como pode
essa gente não perceber que todas as nossas mazelas estão intrinsecamente
ligadas ao voto, ao ato de escolher os que vão nos governar?
Estamos vivendo um tempo em que os
nossos representantes, nos três níveis de governo, cuidam dos próprios projetos
políticos, abafam crises como se fossem focos de incêndio e torcem para que o
tempo passe logo, venham novas eleições e outros que resolvam os problemas mais
sérios.
É só dar uma reparada: a dengue tem
números de epidemia, a renda cai, emprego foge e nossas casas legislativas
jogam conversa fora...
Quando não estão votando aumento de
impostos. Ontem, mais uma tentativa de apreciar vetos importantes no Congresso
Nacional foi por água abaixo numa manobra da oposição.
A mesma que é liderada por Eduardo
Cunha, o homem da conta de 5 milhões de dólares na Suíça, escorado no baixo
clero da Câmara e em expoentes de tristes histórias como o Paulinho da Força
Sindical, o investigado Agripino Maia e tantos outros. Do lado do governo,
Dilma faz um esforço danado para fingir que tem o comando, que é ouvida e que
vai dar tudo certo.
A gente não tem rumo, não tem plano,
não tem por que acreditar... E não é só no plano federal. Ontem, anunciaram em
Belo Horizonte que o vagão do “outubro rosa” que passaria a circular com
mensagens educativas no combate ao câncer de mama, com cerimônia e tudo mais,
estava “em manutenção preventiva”. O nosso trem metropolitano é um retrato
acabado de um tempo sem governo: há décadas, todo mundo fala no nosso “metrô’,
promete recursos, faz cerimônia, troca governo, mas, na hora da verdade, nem
consegue fingir que funciona.
Se o vagão está assim, e a PM? E a Polícia Civil? E os Bombeiros? Assunto prá depois.
Se o vagão está assim, e a PM? E a Polícia Civil? E os Bombeiros? Assunto prá depois.
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