EMPREENDORISMO 1
Trechos do Livro – O NEGÓCIO DO SÉCULO XXI – de Robert T.
Kiyosaki
A economia do mundo está
em frangalhos, seu emprego está ameaçado, se você ainda tem um. Se já o perdeu,
essas notícias poderão se tornar muito boas
- desde que você saiba o que fazer a respeito.
Assuma a
responsabilidade por suas finanças ou se acostume a receber ordens pelo resto
da vida. Ou você é o dono do dinheiro ou escravo dele. A escolha é sua.
O declínio galopante do
emprego remunerado é uma epidemia à qual poucos estão imunes. De executivos a gerentes
de nível médio, de colarinhos-brancos até colarinhos azuis, de banqueiros a
funcionários do comércio, todos estão em risco. Mesmo a indústria de cuidados
de higiene pessoal, que até recentemente era considerada uma zona de trabalho
segura, já começou a reduzir significativamente a força de trabalho.
Muitas pessoas vivem há
anos no fio da navalha, entre solvência e ruína, baseando-se no próximo salário
para atender às despesas de cada mês, normalmente apenas com um colchão muito
fino de dinheiro na poupança – ou, o que ocorre com mais frequência, sem
colchão algum. O salário é chamado de “trocar seu tempo por dinheiro” e,
durante uma recessão, é a fonte de renda menos confiável que existe. Por quê?
Porque, quando o número de pessoas empregadas começa a cair, há menos renda
disponível em circulação para pagar pelo seu tempo.
O número de pessoas que
vivem oficialmente abaixo da linha da pobreza está aumentando rapidamente. O
número de pessoas que estão trabalhando além da idade de 65 anos está
aumentando, não estamos mais na Era Industrial. Seu trabalho não vai cuidar de
você. O governo não vai tomar conta de você. Ninguém vai cuidar de você. É um
novo século, e as regras mudaram, estamos na Era da Informação agora, e
precisamos usar o pensamento desta era.
Você está com raiva da
corrupção? Do sistema financeiro e dos grandes bancos que deixaram isso
acontecer? Do governo, por não fazer o suficiente ou por fazer demais das
coisas erradas, e não o suficiente das coisas certas? Você está com raiva de si
mesmo por não ter controle sobre sua vida? A vida é dura. A pergunta é: o que
vai fazer a respeito disso? Reclamar não vai garantir seu futuro, muito menos
culpar o sistema financeiro, as empresas ou o governo. Se quer um futuro
sólido, é preciso criá-lo. Você só poderá controlar seu futuro quando assumir o
controle de sua fonte de renda. Você precisa de um negócio próprio.
Você tem ouvido uma
imensa quantidade de notícias ruins sobre economia. Está pronto para a boa
notícia? Na verdade, a má notícia é a boa notícia. Uma recessão é o melhor
momento para iniciar o próprio negócio. Quando a economia desacelera, o
empreendedorismo se aquece como um fogão a lenha em uma noite fria de inverno.
O momento de novas oportunidades
ocorre em tempos econômicos difíceis. Mas, agora que o ritmo das demissões está
desenfreado e todo mundo está preocupado
com o que o futuro nos reserva, milhões de pessoas estão reavaliando suas
finanças com seriedade e percebendo que, se quiserem contar com um futuro
seguro, terão de criar um Plano B. Hoje, as pessoas estão mais ávidas do que
nunca por ganhar dinheiro extra e, por causa disso, estão mais receptivas e
mais inclinadas a abrir sua mente para novas ideias.
“A sabedoria tradicional
na segunda metade do século XX”, diz Paul Zani Pilzer,“era ir à escola, ter uma
boa educação e trabalhar para uma grande empresa. A ideia de abrir um negócio,
na maioria das vezes, era considerada arriscada. Admirável talvez, mas arriscada... e, talvez, um pouco
doida. Hoje ocorre justamente o oposto”.
E não se trata apenas de
ganhar a vida; também se trata da qualidade de como estamos vivendo. As pessoas
estão acordando para o fato de que querem ter mais controle sobre sua vida.
Elas querem estar mais ligadas às suas famílias, controlar o próprio tempo,
trabalhar em casa, determinar o próprio destino.
O que ocorre é que o
mito do século XX, da segurança de trabalho, com sua promessa de que o caminho
para uma vida plena, longa e feliz era encontrar um bom emprego, está se
desfazendo diante de nossos olhos.
Não estou dizendo que
ser um empregado é uma coisa ruim. Só estou dizendo que é apenas uma forma de
gerar renda e é extremamente limitada. O que acontece é que só recentemente as
pessoas estão despertando para esse fato. Essas pessoas – você inclusive –
estão percebendo que a única maneira de se conseguir o que realmente se quer da
vida é fincar o pé no caminho do empreendedorismo.
A febre empreendedora
está nas alturas porque, quando a economia desacelera, a atividade empresarial
se aquece. Na verdade, o empreendedorismo floresce em tempos de crise. Em
tempos de incerteza, buscamos outras formas de gerar renda. Quando sabemos que
não podemos contar com os empregadores, começamos a olhar para nós mesmos. Começamos
a pensar que talvez seja a hora de sairmos da zona de conforto e sermos
criativos para que as contas fechem no final do mês.
Quando as coisas ficam
difíceis, quem tem tenacidade, quem é obstinado, vai em frente.
A maioria das pessoas
assume que sua posição financeira é definida pelo quanto elas ganham, quanto
valem ou alguma combinação das duas coisas. Mas uma coisa ainda mais importante
do que a quantidade de dinheiro que você faz é a qualidade desse dinheiro. Em
outras palavras, não importa apenas o quanto você faz, mas como faz – ou seja,
de onde o dinheiro vem.
Existem quatro fontes
distintas de fluxo de caixa. Cada uma delas é distinta das outras e cada uma
delas define e determina um estilo de vida muito diferente, não importa a
quantidade de dinheiro que você ganhe.
E = Empregado.
A = Autônomo ou pequenas empresas.
D = Dono de uma empresa.
I = Investidor.
Em qual quadrante você vive? Em outras palavras, de qual
quadrante recebe a maior parte das receitas com as quais vive?
QUADRANTE
E
A esmagadora maioria de nós aprende, vive, ama e morre
inteiramente dentro do quadrante E. Nossa cultura e sistema educacional nos
treinam, desde o berço até o túmulo, a viver no mundo do quadrante E. A
filosofia de funcionamento para este mundo é o que meu Pai Pobre – meu
verdadeiro pai – me ensinou e o que você, também, provavelmente aprendeu
enquanto crescia: vá para a escola, estude muito, tire boas notas e consiga um
bom emprego, com benefícios, em uma grande empresa.
QUADRANTE A
Impulsionadas pela ânsia de mais liberdade e
autodeterminação, muitas pessoas migram do quadrante E para o quadrante A para
serem autônomos. Este é o lugar para onde as pessoas vão em busca de sucesso e
realização de seus sonhos. O quadrante A engloba uma gama enorme de formas de
se adquirir renda, desde a babá e o paisagista adolescentes, apenas começando a
vida, até o advogado, consultor ou palestrante altamente remunerados. Você pode ter pensado que estaria “demitindo
seu chefe”, mas o que realmente aconteceu é que apenas mudou de patrão. Você
ainda é um empregado. A única diferença é que, quando quer culpar seu chefe por
seus problemas, esse chefe é você. O quadrante A pode ser um lugar ingrato e
difícil para se viver. Todo mundo pega no seu pé. O governo atormenta você, que
passa um dia inteiro por semana apenas no cumprimento das obrigações fiscais.
Seus empregados, seus clientes e sua família o atormentam, porque você nunca
tira férias. Como conseguir algum tempo livre? Se você fizer isso, perde terreno.
Se tirar uma folga, a empresa não ganha dinheiro. De uma forma muito real, o A
significa escravidão: você realmente não é dono do próprio negócio; seu negócio
é que é seu dono.
QUADRANTE
D
O quadrante D é o lugar ao qual as pessoas vão para criar
grandes empresas com mais de 500 empregados. A diferença entre uma empresa A e
uma empresa D é que você trabalha para seu negócio A, enquanto seu negócio D
trabalha para você. Aqueles que vivem e trabalham no quadrante D tornam-se à
prova de recessão, porque controlam a fonte da própria renda.
QUADRANTE
I
São os investidores que fazem o dinheiro trabalhar para
eles. Aquilo que as pessoas do quadrante I mais valorizam é a liberdade
financeira. O investidor adora a ideia do dinheiro trabalhando, em vez de ele
próprio trabalhar.
O lado esquerdo – os quadrantes E e A – é onde a maioria das pessoas vive. É para onde somos
educados e treinados a viver. “Tire boas notas, assim você pode conseguir um
bom emprego”, isso é o que nos dizem. Mas suas notas pouco importam no
quadrante D. O gerente de banco não
pede para ver seu currículo acadêmico; ele quer ver seu balanço financeiro.
Romper com as típicas estruturas de trabalho e criar o próprio fluxo de renda
coloca você na melhor posição possível para enfrentar uma tempestade econômica,
porque você não depende de um chefe ou da economia para determinar sua renda
anual. Você é quem a determina. Pelo menos 80% da população vivem no lado
esquerdo da figura dos quadrantes. O quadrante E, principalmente, é onde nos ensinaram que encontraríamos proteção
e segurança. Mas, ao contrário, é no lado direito – os quadrantes D e I – que a liberdade reside. Se você
quer viver desse lado, pode fazer isso acontecer. Mas se o que quer é a
segurança relativa do lado esquerdo, então talvez o que tenho para compartilhar
aqui não sirva para você. Essa é uma decisão que só você pode tomar.
Em que quadrante você vive? Em qual quadrante quer viver?
Os quatro quadrantes não são apenas quatro estruturas
diferentes de negócios. É muito mais acerca de quatro mentalidades diferentes.
O quadrante que você escolhe para retirar seus rendimentos primários tem menos
a ver com as circunstâncias externas – sua formação, educação, economia, aquilo
que parece ser as oportunidades disponíveis a seu redor – e muito mais a ver
com quem você é em essência: suas forças, fraquezas e interesses centrais. É
uma questão de seus valores financeiros essenciais. São essas diferenças
essenciais que nos atraem ou nos repelem dos diferentes quadrantes. É
importante que isso seja compreendido porque significa que a mudança do
quadrante E ou A para o quadrante D não é tão simples quanto preencher um
formulário de mudança de endereço nos correios. Você não só muda o que faz,
mas, de uma forma muito real, também muda quem você é. Ou pelo menos, como
pensa.
Se você quiser assumir o controle sobre sua vida e seu
destino, se quiser a verdadeira liberdade – a liberdade de tomar decisões, de
definir seu horário, de desfrutar tempo com sua família e ter tempo para si
mesmo, fazendo as coisas que gosta de fazer – se você quer viver a vida que
merece, sem cerceamentos, uma vida de paixão e entusiasmo e satisfação, em
suma, se quer ser rico e viver como tal, então é hora de arrumar suas coisas e
se mudar.
CONTINUA


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