quarta-feira, 2 de setembro de 2015

TRANSFERENCIA DE RESPONSABILIDADE



  

Márcio Doti


A presidente Dilma tenta transferir para o Congresso mais uma responsabilidade que é sua. Esta é uma das interpretações para o envio do orçamento com déficit de 30 bilhões de reais. O projeto orçamentário eleva impostos de celulares e bebidas, corta gastos em programas sociais como PAC, Ciência Sem Fronteiras e Minha Casa Minha Vida. É óbvio que esse déficit prejudica o grau de investimento do Brasil. A oposição quer recorrer ao STF, o Supremo Tribunal Federal, contra a previsão deficitária sob o argumento de que ela fere a Lei de Responsabilidade Fiscal. O presidente do Senado, Renan Calheiros, continua representando o seu papel de apoiador nas horas vagas e clama pela união do país em torno da dificuldade, mas junto a empresários diz que o país não aguenta mais imposto. O que está mais claro de tudo isso é que estamos de volta aos velhos tempos em que Sarney era presidente, depois Collor e os planos desfilavam um a um, cada qual tirando um pedaço de nossas vidas. Plano isso, plano aquilo, até que veio o Real e garantiu a estabilidade, fez o país recuperar as suas reservas, tudo o que se perdeu com os gastos desenfreados dos últimos anos da República. Agora, a encruzilhada da presidente Dilma era muito clara. Seguir o caminho da recuperação da economia, sujeitando-se a um desgaste imenso e também a um grande risco de fracassar tendo em vista os componentes em torno desse desafio. Teria que apertar os cintos, fazendo um orçamento rigoroso de receitas e gastos. A política desabaria sobre a sua cabeça. Lhe falta legitimidade, perdida pelas mentiras do ano passado e os desacertos de sempre e mais escândalos e mais tudo de que sabemos. Então, o caminho que lhe restou foi esse. O Congresso que confirme a sua proposta e está aberto o caminho para a gastança do ano eleitoral. Mas há um detalhe: como segurar os empregos, a inflação, os preços, a economia em frangalhos? Como segurar tudo isso para patrocinar mais um ano de mentiras?

Pagamos com juros

A Petrobras reajustou o preço do gás em 15% e com isto o consumidor final deve pagar R$3 a mais. O preço é livre, mas essa é a expectativa. O gás não era reajustado desde 2002. Pois, muito bem, foram 13 anos sem reajuste, mas pagamos muitos bilhões por isto…

BNDES nas campanhas

Detalhe levantado na CPI do BNDES: já que o banco tem próximo de 30% das ações da JBS Friboi, por que não participou da decisão sobre as doações de campanha? Ao que o vice-presidente do banco respondeu que o Conselho Deliberativo não foi consultado sobre esse assunto. Mas como? Cerca de 30% de um dos maiores financiadores de campanha e o órgão máximo de administração de uma empresa, sobretudo estatal, nem opina sobre as operações? E o banco é dono de um terço desse dinheiro dos financiamentos de campanha. Soa muito mal!

Como segurar os empregos, a inflação, os preços, a economia em frangalhos?

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