Editorial Jornal Hoje em Dia
Em abril de 2008, quando a crise
financeira internacional ainda não havia atingido o Brasil – e que o
ex-presidente Lula chamaria depois de “marolinha”, em lugar de um tsunami –, a
agência de classificação de risco Standard & Poor’s subiu a taxa do Brasil
para o simbólico nível de BBB–, que é o primeiro patamar dos países em que é
seguro investir, é o selo do bom pagador.
O país amargara nos anos anteriores a
condição de BB, que o colocava na categoria de grau especulativo, ou seja,
corria-se o risco de levar calote quem transacionasse com o Brasil. Em 2008, as
comemorações foram enormes, pois o governo petista, após seis anos de gestão,
mostrava que colocara o país no rumo certo. Em 2011, o país galgou mais um
grau, chegando a BBB, sem o sinal de (–) ou (+).
Já em 2014, recuou para o BBB–, com a
agência S&P mostrando que a coisa estava desandando. E agora, o país
retornou à parte de baixo da tabela, com o anunciado BB+. O curioso é que Lula,
agora, afirmou que isso “não significa nada” e que as agências só querem é
“mais arrocho, mais ajuste, mais desemprego”. Já em 2008, no cargo de
presidente, dissera que era uma “vantagem extraordinária neste mundo
globalizado”.
Ele não está mais no governo, mas,
como aconteceu no dia 3 deste mês, é capaz de irromper no Palácio do Planalto,
à noite, para dar orientações à presidente sem marcar audiência. Então, ele tem
influência.
Ontem a presidente da República reuniu
ministros para discutir o rebaixamento da nota. Mas nada foi definido. O
ministro da Fazenda disse que medidas serão anunciadas no fim do mês. Ele tem
insistido em querer aumentar impostos para o rombo no orçamento, uma hipótese
que é rejeitada pela sociedade e pelo Congresso. Também passou a falar em
“cortes” nos gastos. Mesmo depois de Dilma Rousseff ter dito que não havia mais
como fazer reduções.
Hoje, mais de 90% de todas as despesas
federais são obrigatórias, ou seja, não podem ser cortadas. Mas isso revela
incompetência administrativa, porque o equacionamento dos gastos deve ser feito
de forma eficiente para gerar uma margem de recursos destinados a investimentos
produtivos, por exemplo. Mas o que temos hoje é um governo que custa caro para
a sociedade e age de forma atarantada.
O curioso é que Lula afirmou que isso
“não significa nada” e que as agências só querem é “mais arrocho, mais ajuste,
mais desemprego”. Já em 2008, dissera que era uma “vantagem extraordinária
neste mundo globalizado”

Nenhum comentário:
Postar um comentário