sexta-feira, 11 de setembro de 2015

COMO PRATICAR O ILUSIONISMO



  

Márcio Doti




O ministro Joaquim Levy deve ter feito um cursinho intensivo de como praticar o ilusionismo. É essa a sensação que ele está deixando ao discorrer sobre a disposição governamental de aumentar impostos e criar outros para combater o rombo no orçamento do próximo ano. Faltou só um telefone para quem quisesse ligar e contribuir com algum valor. A tentativa foi a de fazer parecer que o governo fez direitinho a parte dele, cortou despesas no início do ano e agora espera que os brasileiros compreendam e vejam que isso tudo está sendo feito em proveito de todos. Simples assim.

É muito fácil resolver problemas de caixa quando se cobre o saldo negativo com um acréscimo ao que se ganha. É assim que se faz quando o gastador é o governo e quem paga o aumento de receita é o povo. Como quer a presidente Dilma. É só aumentar imposto, criar algum novo, enfim, engordar a receita. Muito diferente do que acontece com a economia das empresas, das famílias, onde o dinheiro que se ganha é que estabelece o quanto se pode gastar. Não há varinhas mágicas e ninguém de quem se possa exigir que ponha dinheiro na nossa mão ou na nossa conta bancária. É por isto que sabemos o que deve ser feito para eliminar o saldo negativo.

É preciso cortar despesas, cortar despesas, cortar despesas. Isso o governo finge que faz. E na base do faz de contas vai ficar tudo ainda pior. Receita o Brasil tem de sobra. Precisa é gastar infinitamente menos, aplicar nos lugares certos e na dose imposta pelo atual quadro econômico do país. A questão não é aumentar o bolo de arrecadação e continuar gastando mal como se gastou até aqui. Lula já está mandando recados lá de fora sobre priorizar os programas sociais. Está pensando em luta de poder, em manter poder, em conquistar eleitores que, entretanto, começam a perceber que o desemprego de hoje e o preço mais alto no sacolão e no supermercado são consequências dos favores feitos ontem em nome do social e de forma irresponsável.

A solução não pode ser outra vez a de sangrar os bolsos, inclusive dos que menos podem para continuar gastando mal. O desafio é fazer uma grande busca no orçamento e eliminar muito mais do que o governo está prometendo. O povo não tem dinheiro para pagar mais imposto. E nesta hora que antecede mais esse impulso governamental na direção do achaque aos bolsos nacionais é importante lembrar que isso atinge toda a população. Atinge aqueles que pagam imposto nos guichês do governo, diretamente, e inclui aqueles que compram produtos essenciais que sobem de preço porque ali são incluídos esses impostos e seus aumentos.

A solução não pode ser outra vez a de sangrar os bolsos, inclusive dos que menos podem para continuar gastando mal

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