Márcio Doti
O ministro Joaquim Levy deve ter feito
um cursinho intensivo de como praticar o ilusionismo. É essa a sensação que ele
está deixando ao discorrer sobre a disposição governamental de aumentar impostos
e criar outros para combater o rombo no orçamento do próximo ano. Faltou só um
telefone para quem quisesse ligar e contribuir com algum valor. A tentativa foi
a de fazer parecer que o governo fez direitinho a parte dele, cortou despesas
no início do ano e agora espera que os brasileiros compreendam e vejam que isso
tudo está sendo feito em proveito de todos. Simples assim.
É muito fácil resolver problemas de
caixa quando se cobre o saldo negativo com um acréscimo ao que se ganha. É
assim que se faz quando o gastador é o governo e quem paga o aumento de receita
é o povo. Como quer a presidente Dilma. É só aumentar imposto, criar algum
novo, enfim, engordar a receita. Muito diferente do que acontece com a economia
das empresas, das famílias, onde o dinheiro que se ganha é que estabelece o
quanto se pode gastar. Não há varinhas mágicas e ninguém de quem se possa
exigir que ponha dinheiro na nossa mão ou na nossa conta bancária. É por isto
que sabemos o que deve ser feito para eliminar o saldo negativo.
É preciso cortar despesas, cortar
despesas, cortar despesas. Isso o governo finge que faz. E na base do faz de
contas vai ficar tudo ainda pior. Receita o Brasil tem de sobra. Precisa é
gastar infinitamente menos, aplicar nos lugares certos e na dose imposta pelo
atual quadro econômico do país. A questão não é aumentar o bolo de arrecadação
e continuar gastando mal como se gastou até aqui. Lula já está mandando recados
lá de fora sobre priorizar os programas sociais. Está pensando em luta de
poder, em manter poder, em conquistar eleitores que, entretanto, começam a
perceber que o desemprego de hoje e o preço mais alto no sacolão e no
supermercado são consequências dos favores feitos ontem em nome do social e de
forma irresponsável.
A solução não pode ser outra vez a de
sangrar os bolsos, inclusive dos que menos podem para continuar gastando mal. O
desafio é fazer uma grande busca no orçamento e eliminar muito mais do que o
governo está prometendo. O povo não tem dinheiro para pagar mais imposto. E nesta
hora que antecede mais esse impulso governamental na direção do achaque aos
bolsos nacionais é importante lembrar que isso atinge toda a população. Atinge
aqueles que pagam imposto nos guichês do governo, diretamente, e inclui aqueles
que compram produtos essenciais que sobem de preço porque ali são incluídos
esses impostos e seus aumentos.
A solução não pode ser outra vez a de
sangrar os bolsos, inclusive dos que menos podem para continuar gastando mal

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