Brasil é a economia mais
fechada entre países do G20, mostra estudo
Argentina e Índia têm maior abertura de mercado que
o Brasil, conclui ICC.
Segundo estudo, comércio exterior do G20 falhou em demonstrar liderança.
Segundo estudo, comércio exterior do G20 falhou em demonstrar liderança.
Taís Laporta Do G1, em São Paulo
Setor de cargas do Aeroporto Internacional de
Viracopos, em Campinas (Foto: Frederico Andrade/Viracopos)
O Brasil é o país mais fechado para o comércio exterior entre todas as
nações do G20, segundo um levantamento da Câmara de Comércio Mundial (ICC, em
inglês). A economia brasileira recebeu a nota 2.3 em 2015, de uma escala de um
a seis, ficando atrás de Argentina e Índia.
Apesar disso, a avaliação do Brasil melhorou levemente ante 2013, último
levantamento do ICC, quando o país recebeu pontuação de 2.2.
Das 20 economias, 15 evoluíram em abertura de mercado, com Rússia,
Canadá e Coreia passando do nível de "abaixo da média" para
"dentro da média", na classificação mundial, graças principalmente ao
aumento das importações e aos altos preços dos combustíveis.
G20 abaixo da média mundial
O estudo concluiu que, mesmo com as promessas de habilitar o comércio exterior como motor de crescimento e gerador de empregos, as economias do G20 "não estão conseguindo demonstrar liderança global na abertura comercial".
O levantamento mostra que os países do G20 – grupo formado pelas maiores
economias emergentes e desenvolvidas – têm níveis abaixo da média mundial, com
apenas a Alemanha entre os 20 maiores mercados do mundo. O índice global de
abertura de mercado pontuou 3.7 em 2015 – contra 3.6 em 2013 e 3.5 em 2011.
Neste sábado (5), ministros das finanças do G20 – entre eles o chefe da
Fazenda, Joaquim Levy – reúnem-se em Ancara, capital turca, para
discutir temas centrais dessas economias, especialmente a turbulância na
economia chinesa e as intenções do Federal Reserve (Fed), banco central
americano, de elevar os juros este ano.
Ranking mundial de comércio melhora
Na escala mundial, economias asiáticas lideram o estudo. Cingapura e Hong Kong são os campeões do ranking de abertura comercial em 2015 pela terceira vez seguida, ultrapassando economias avançadas como Estados Unidos.
Na escala mundial, economias asiáticas lideram o estudo. Cingapura e Hong Kong são os campeões do ranking de abertura comercial em 2015 pela terceira vez seguida, ultrapassando economias avançadas como Estados Unidos.
O índice mundial medido pelo ICC reúne 75 países, levendo em conta
quatro fatores-chave: abertura de comércio observada, políticas comerciais,
abertura ao investimento direto estrangeiro e infraestrutura para o comércio.
Volume exportado em relação ao PIB
Em 2014, o Brasil só perdeu para a República Central Africana na quantidade de bens e serviços exportados e importados em relação ao PIB, segundo dados do Banco Mundial. O volume exportado do Brasil para todo o mundo somou US$ 225 bilhões – apenas 11,5% do PIB nacional, enquanto a média mundial foi de 29,8%.
Em 2014, o Brasil só perdeu para a República Central Africana na quantidade de bens e serviços exportados e importados em relação ao PIB, segundo dados do Banco Mundial. O volume exportado do Brasil para todo o mundo somou US$ 225 bilhões – apenas 11,5% do PIB nacional, enquanto a média mundial foi de 29,8%.
“A nossa existência no mercado internacional é insignificante. O Brasil
participa com algo em torno de 1% do comércio exterior mundial”, disse ao G1
o economista e professor de comércio exterior das Faculdades Rio Branco, Carlos
Stempniewski.
Os principais destinos dos produtos brasileiros, China e Estados Unidos,
ainda levantam dúvidas sobre o vigor de suas economias. A China – que compra
18% de tudo o que o Brasil exporta – desvalorizou sua moeda, o iuan, para
tentar fortalecer as exportações, e deve crescer menos de 7% este ano, bem
abaixo dos números registrados anteriormente.
Outros importantes parceiros comerciais, como Argentina, Venezuela,
países da África e Rússia ou pararam de comprar ou compram muito pouco do
Brasil, por estarem em situação econômica delicada, lembra o professor das
Faculdades Rio Branco.
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