sexta-feira, 4 de setembro de 2015

SEM QUERER VAMOS FINANCIAR AS CAMPANHAS DOS POLÍTICOS SUJOS



  

Orion Teixeira




Alguns eleitores e leitores, como Mauro Lopes, se manifestam, com toda a razão, questionando a confusão sobre as futuras regras para as eleições de 2016. Os pré-candidatos, ao contrário, estão se apresentando como tal sem saber em que condições irão disputar. Falar disso é mexer em um grande vespeiro, que, hoje, está no centro da crise política que levou à prisão, para citar alguns, a cúpula das maiores empresas do país (Andrade Gutierrez e Odebrecht), boa parte da diretoria da mais alta empresa estatal, o ex-tesoureiro do PT (o segundo) e até um ex-ministro petista: o chamado financiamento de campanha.

Historicamente, a doação empresarial é verdadeira porta, permanentemente, escancarada à corrupção, e nenhum partido, de A a Z, teve a coragem política e moral de enfrentá-la. O PT, por exemplo, que sempre se diz contrário, em vez de praticar o que pensa, lidera o tal financiamento privado e acabou se metendo numa grande enrascada. Responsável ou não, o assunto está sub judice e em boas mãos. Aguardemos os julgamentos.

Ainda assim, todo mundo reclama, até o cidadão vai para as ruas, mas nossos representantes, que não nos representam, se dizem empenhados em mudar alguma coisa para ficar tudo como dantes. Na quarta-feira (2), o Senado aprovou mudanças saneadoras, entre elas, a suspensão do financiamento privado. Não vale a pena nem citar as outras, porque, como essa, ainda não existem. Após a votação, o conjunto de propostas terá que voltar para a Câmara dos Deputados para ser confirmado ou não. Não há consenso entre eles, ou usam a falta dele para nada mudar.

O que pode e o que não pode

Tudo somado, o que teremos ao final? O Judiciário, por meio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem que lidar com as mazelas das contas eleitorais, deverá fazer o que tem feito nos últimos anos, baixar resolução apontando o que pode e o que não pode na campanha. Em síntese, é o mesmo que fazer a reforma que o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado) não dá conta de fazer, a não ser reclamar depois de ingerência do Judiciário e da judicialização da política.

Antes de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), rasgar o regimento da Casa para votar duas vezes o mesmo projeto até que o resultado lhe atendesse, o TSE havia barrado o financiamento privado, que só não virou regra porque um dos ministros, Gilmar Mendes, pediu vistas e não devolveu. Sem o protagonismo do Congresso, o Tribunal, com certeza, não ficará de braços cruzados desta vez.




Levy continua no telhado

Coube ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, informar nessa quinta-feira (3) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no cargo. O objetivo da declaração era “acalmar” o nervoso mercado, que ficou assim ante a possível saída de Levy, que, na quarta-feira (2), reclamou de isolamento político e colocou em dúvida sua permanência. Sensível, o mercado pode se acalmar como também acordar agitado hoje, como biruta de aeroporto. De concreto mesmo, temos dois ministros da área – o outro é Nelson Barbosa (Planejamento) – que batem cabeça sobre como resolver a crise econômica.

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