Jornal Hoje em Dia
Todos os países que superaram suas
dificuldades e tomaram o caminho do desenvolvimento têm como característica o
planejamento a longo prazo. A China é o maior exemplo. De país essencialmente
rural e dominado pela ortodoxia do Partido Comunista, a partir de 1978 a nação
estabeleceu a política das quatro grandes modernizações: da indústria, da
agricultura, da ciência e tecnologia e das forças armadas.
O resultado é que, em pouco mais de 30
anos, a China se tornou a segunda nação mais poderosa economicamente, só sendo
superada pelos Estados Unidos, que demoraram mais de 100 anos para chegar a
esse posto. O Produto Interno Bruto chinês em 1980 não chegava a 200 bilhões de
dólares; hoje, é de mais de 10 trilhões de dólares. Uma avanço extraordinário
em três décadas.
Em reportagem nesta edição, o Hoje em
Dia enumera as condições para que o Brasil pudesse dar um salto de competitividade
no cenário mundial. Os principais problemas começam com o atraso em tecnologia
e a burocracia. Depois vêm a falta de projetos a longo prazo e o excesso de
tributação, que inibe os investimentos. Além desses entraves, o país precisaria
gastar R$ 197 bilhões por ano, sobretudo em infraestrutura, para superar sua
condição atual.
Esse diagnóstico é da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), que destaca ainda a importância do investimento
privado nesse processo. Mas a instituição enfatiza: isso só será conseguido com
“programas de concessão, boas agências reguladoras e segurança jurídica”. Na
atualidade, o governo está sempre lançando pacotes de obras que, em geral,
nunca vão para a frente.
A maior ênfase, segundo os
especialistas, teria que ser no sistema de transporte. O Brasil, desde a década
de 1950, adotou o caminhão como principal meio de escoamento da produção,
sobretudo agrícola. Ao mesmo tempo, as ferrovias eram desativadas. Em termos de
comparação, nos Estados Unidos, a “terra do automóvel”, o tipo de transporte
mais utilizado é o ferroviário.
Depois de muito resistir, até mesmo
pela ideologia do partido que governa o Brasil, a União resolveu adotar o
sistema de concessões à iniciativa privada nas obras de infraestrutura. Esse
parece ser o melhor caminho, inclusive para tirar o país do atoleiro econômico
em que se encontra.

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