O fim da guerra fria
Eduardo Costa
Deve começar hoje o último capítulo de seis décadas de hostilidades,
consequências da divisão ideológica do mundo pós Segunda Guerra e que tinha
Estados Unidos e União Soviética como representantes do capitalismo e do
comunismo (sou socialismo), respectivamente. O muro de Berlim caiu, as tensões
foram superadas, mas falta remover o bloqueio econômico, financeiro e comercial
dos Estados Unidos a Cuba, já condenados por todos os integrantes da ONU,
exceto o Estado de Israel. Quando esse bloqueio acaba ninguém sabe, até porque
o presidente Barack Obana terá que vencer as resistências dos republicanos,
sabidamente mais bélicos que os democratas e maioria no Congresso Americano.
Mas, a reabertura das embaixadas, em Washington e Havana, prevista para hoje, é
um passo concreto rumo ao reatamento das relações diplomáticas.
Cuba está se recuperando de uma séria recessão econômica que se seguiu à
retirada dos subsídios da antiga União Soviética (cerca de 4 a 6 bilhões de
dólares anuais em 1990). Só em 2006, o povo cubano conseguiu recuperar quase o
mesmo padrão de vida do final da década de 1980. Apesar disso, o índice de
pobreza de Cuba era o sexto menor em 2004 dentre os 102 países em desenvolvimento
pesquisados (de acordo com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento,)[86] e Cuba está entre os 83 países do mundo que ostentam um
alto Índice de Desenvolvimento Humano.
Mais: Cuba tem uma taxa de alfabetização de 99,8%, [9][10] uma taxa de
mortalidade infantil inferior até mesmo à de alguns países desenvolvidos,[11] e
uma expectativa de vida média de 77,64.[9] Em 2006, Cuba foi a única nação no
mundo que recebeu a definição da WWF – principal ong de meio ambiente do mundo
- de desenvolvimento sustentável; ter uma pegada ecológica de menos de 1,8
hectares per capita e um Índice de Desenvolvimento Humano de mais de 0,8 em
2007. Sem falar que a medicina de família em Cuba é exemplo mundial e, neste
momento, exporta médicos para o Brasil... Médicos que são odiados por seus
colegas e pela classe média brasileira, mas, caíram no gosto de quem precisa de
assistência nas periferias.
Embora os cubanos sejam muito parecidos com os brasileiros,
especialmente na alegria, hoje são afetados, ainda que de longe, pela nítida
divisão em nosso país onde parte da população não quer saber de PT, de
Dilma ou Lula e, por extensão, vê nos conterrâneos de Fidel sugadores
das parcas economias tupiniquins.

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