Luiz Fernando Rocha
“O diabo, quando acuado, vocifera. O
que é ruim, por si mesmo se destrói. Uma bruxa nunca consegue ser perfeita num
disfarce de princesa. Nem um lobo é convincente em pele de cordeiro. Coloque-os
à prova, e todos falharão, irremediavelmente”.
O trecho acima, retirado de um dos trabalhos do jovem poeta rondonense Augusto Branco, traduz o que tenho pensado ao assistir o noticiário, especialmente o político.
Quando a presidente da República diz aos microfones do mundo todo que “Não respeita delator”, fico na dúvida se é apenas mais um episódio da arrogância suicida que nos últimos anos vem caracterizando a presidente e sua trupe, ou se ela realmente está alheia a toda a realidade que a cerca.
Quando confrontada com a informação de que sua campanha havia recebido dinheiro de propina, colhida pela Justiça Federal no depoimento de um de seus maiores doadores, Dilma vociferou. A presidente comparou o instituto da delação premiada, que no Brasil é legítimo e constitucional, aos tristes episódios de confissão sob tortura ocorridos durante a ditadura militar.
Sinceramente, não acredito que ela tenha, com isso, acusado a Polícia Federal de ter torturado os empreiteiros mais ricos do país para conseguir deles informações que ligam o monstruoso esquema de dilapidação da Petrobras aos caixas paralelos de campanhas petistas. Não é possível.
Quero acreditar que a presidente apenas continua muito mal assessorada, como sempre foi.
Mas a queda vertiginosa da popularidade e da credibilidade de seu governo deveriam, de alguma forma, acender o alerta entre seus pares. Não dá mais para culpar a “mídia golpista”. O primeiro passo talvez seja aceitar que há uma crise econômica e institucional, e que essa crise tem potencial para destruir os incontestáveis avanços que o próprio governo petista conquistou contra a desigualdade e a pobreza extrema no país nos últimos anos.
Desde a explosão do escândalo do mensalão, em 2005, passando pelas inúmeras máfias, esquemas, jogadas e maracutaias engendradas no seio do poder federal, com ou sem o aval dos chefes de poderes da República, o primeiro reflexo dos flagrados em delitos tem sido o de atacar a credibilidade do acusador, do investigador e do julgador.
Com a votação expressiva e a grande popularidade de que a presidente desfrutava em seus primeiros anos de mandato – diga-se, maior que a do próprio padrinho dela, o ex-presidente Lula –, bastava a Dilma ter feito o que se esperava de uma pessoa com tão badalado perfil gerencial: afastar os malfeitores e se cercar de gente com menos apego a poder e dinheiro e mais vocação (verdadeira) para o social.
Mas ela fez o contrário. Desde sempre, partiu em defesa de parceiros pouco confiáveis, cedeu às pressões indecentes de seus aliados no Congresso, não se protegeu contra o fogo amigo e se postou frontalmente contra o apelo popular, preferindo transferir a terceiros – quase sempre “a mídia” – a responsabilidade por suas desgraças pessoais e institucionais.
Dilma não respeita delator, mas tem mostrado respeito demais a chantagistas, sociopatas e prevaricadores. Claro, o governo petista não inventou a corrupção, mas tem dado muito abrigo aos corruptos. Chegou a hora de serem colocados à prova.
O trecho acima, retirado de um dos trabalhos do jovem poeta rondonense Augusto Branco, traduz o que tenho pensado ao assistir o noticiário, especialmente o político.
Quando a presidente da República diz aos microfones do mundo todo que “Não respeita delator”, fico na dúvida se é apenas mais um episódio da arrogância suicida que nos últimos anos vem caracterizando a presidente e sua trupe, ou se ela realmente está alheia a toda a realidade que a cerca.
Quando confrontada com a informação de que sua campanha havia recebido dinheiro de propina, colhida pela Justiça Federal no depoimento de um de seus maiores doadores, Dilma vociferou. A presidente comparou o instituto da delação premiada, que no Brasil é legítimo e constitucional, aos tristes episódios de confissão sob tortura ocorridos durante a ditadura militar.
Sinceramente, não acredito que ela tenha, com isso, acusado a Polícia Federal de ter torturado os empreiteiros mais ricos do país para conseguir deles informações que ligam o monstruoso esquema de dilapidação da Petrobras aos caixas paralelos de campanhas petistas. Não é possível.
Quero acreditar que a presidente apenas continua muito mal assessorada, como sempre foi.
Mas a queda vertiginosa da popularidade e da credibilidade de seu governo deveriam, de alguma forma, acender o alerta entre seus pares. Não dá mais para culpar a “mídia golpista”. O primeiro passo talvez seja aceitar que há uma crise econômica e institucional, e que essa crise tem potencial para destruir os incontestáveis avanços que o próprio governo petista conquistou contra a desigualdade e a pobreza extrema no país nos últimos anos.
Desde a explosão do escândalo do mensalão, em 2005, passando pelas inúmeras máfias, esquemas, jogadas e maracutaias engendradas no seio do poder federal, com ou sem o aval dos chefes de poderes da República, o primeiro reflexo dos flagrados em delitos tem sido o de atacar a credibilidade do acusador, do investigador e do julgador.
Com a votação expressiva e a grande popularidade de que a presidente desfrutava em seus primeiros anos de mandato – diga-se, maior que a do próprio padrinho dela, o ex-presidente Lula –, bastava a Dilma ter feito o que se esperava de uma pessoa com tão badalado perfil gerencial: afastar os malfeitores e se cercar de gente com menos apego a poder e dinheiro e mais vocação (verdadeira) para o social.
Mas ela fez o contrário. Desde sempre, partiu em defesa de parceiros pouco confiáveis, cedeu às pressões indecentes de seus aliados no Congresso, não se protegeu contra o fogo amigo e se postou frontalmente contra o apelo popular, preferindo transferir a terceiros – quase sempre “a mídia” – a responsabilidade por suas desgraças pessoais e institucionais.
Dilma não respeita delator, mas tem mostrado respeito demais a chantagistas, sociopatas e prevaricadores. Claro, o governo petista não inventou a corrupção, mas tem dado muito abrigo aos corruptos. Chegou a hora de serem colocados à prova.
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