terça-feira, 16 de junho de 2015

TELHADOS VERDES



  

Vinicius Porto


Os telhados verdes e os jardins verticais foram recentemente reconhecidos como medidas de compensação ambiental nos Termos de Compromisso Ambiental (TCA) na cidade de São Paulo. A novidade, introduzida por meio de decreto sancionado pelo prefeito Fernando Haddad, estabelece que empresas e pessoas físicas que fizerem o manejo de espécies arbóreas e realizarem intervenções urbanísticas específicas, tais como obras e edificações na cidade de São Paulo, poderão converter a devida compensação ambiental em instalação de jardins verticais e coberturas verdes.
A nova regulamentação vai ao encontro das políticas urbanísticas mais modernas do mundo, trazendo uma solução estratégica que compatibiliza o desenvolvimento urbano com reestabelecimento do equilíbrio ambiental, bem este considerado pela nossa Constituição Federal como de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida. E deixa as cidades mais bonitas e agradáveis.
Como se vê, o tema é de grande relevância ambiental e social, visto que a compensação ambiental hoje constituiu importante ferramenta prevista no ordenamento jurídico brasileiro como forma de substituição dos bens ambientais afetados por outros, funcionalmente equivalentes, de modo que a nova regulamentação paulista possibilita compensar a natureza com a própria natureza.
Enquanto os telhados verdes e os jardins verticais ainda soam no Brasil como uma grande novidade, na Europa, desde a década de 60, já consiste em uma prática construtiva comum em razão das crescentes preocupações com a qualidade do ambiente urbano. Para se ter uma ideia, na década de 80, o governo alemão subsidiava de 35 a 40 marcos alemães por metro quadrado de cobertura verde a ser construída.
O histórico de incentivo financeiro do governo alemão e a atual inovação normativa paulista são fundados já que os benefícios das coberturas verdes não se limitam ao paisagismo e à decoração urbana, apesar de valorizar o lado visual das edificações. As ditas estruturas também melhoram o conforto térmico e acústico nos ambientes internos, contribuem para a maior durabilidade das fachadas prediais e melhoram a qualidade e a umidade do ar.
Com tantas vantagens, o maior empecilho ainda é o custo de implantação, pois os telhados verdes e os jardins verticais verdes necessitam de um sistema automático de irrigação, reaproveitamento da água e fertilização para a sua manutenção. Tudo isso significa que a inovação normativa ambiental é boa, mas provavelmente ainda não seja o suficiente para atrair os empreendedores e tornar financeiramente viável a sua implantação em grande escala. Neste ponto, talvez o histórico europeu de verdadeiros subsídios ao empreendedor possa nos servir de inspiração.
De toda forma, pode-se avaliar como medida que favorece uma maior quantidade de verde nas edificações das grandes cidades, carentes em regra de mais áreas verdes. Desta feita, não se pode desprezar esta oportunidade de tornar mais verdes as cidades.

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