Simone Demolinari
Existimos tanto presencialmente quanto
virtualmente. Há quem lute bravamente contra isso. Se recusam a entrar em redes
sociais, não participam de grupos e criticam veementemente quem o faz, são tecnofóbicos.
É um direito, mas não faz desaparecer essa realidade.
Me refiro a mundo virtual não só redes sociais, mas também aplicativos de conversa, grupos, whatsapp e demais recursos que ligam uns aos outros sem ser fisicamente.
A tecnologia vai acompanhando à altura. Enquanto se cria um aplicativo para denunciar a mensagem lida, aparece outro para proteger dessa denúncia. Uns delatam o bloqueio, outros oferecem o anti-bloqueio. Há mensagens públicas e privadas. E haja códigos e senhas para manter a privacidade que nem sempre está a toda prova.
Se antigamente o ciúme partia do que os olhos podiam ver, agora é do que a cabeça pode imaginar. Não há dúvidas de que novos atritos nasceram junto com as novas conexões. A facilidade de acesso, somada à proteção que o formato virtual oferece, resultou numa nítida diminuição de pudor e uma coragem extra que nem sempre existe quando se está frente a frente.
Mas não foi só o ciúme que aflorou com essa modernidade não. A sensação de rejeição também tomou proporções maiores. Sempre ouço relatos de pessoas que ao enviarem mensagem de texto, se sentem rejeitadas por não receberem a reciprocidade que acham que merecem.
Não há como negar que, no mundo virtual, as pessoas sentem-se mais desobrigadas. É comum a visualização de mensagens e a deliberação de não responde-las. Recentemente ouvi um amigo fazer a seguinte comparação: “enviar mensagem a alguém que está on-line e não receber resposta é o mesmo que entrar numa sala, dar bom dia e ser ignorado”.
Criou-se uma dinâmica diferente no contexto virtual, uma espécie de desobrigação de resposta, desobrigação de despedida e despudores generalizados. Comportamentos estes que se aproximam muito mais da natureza do ser humano do que as formalidades presenciais. O que em tese deveria ser bom – a honestidade comportamental – acaba sendo ponto de conflito.
Outra realidade que a tecnologia nos trouxe foi a fuga do momento presente. Se antigamente você ia a um show e mantinha toda a atenção voltada para o palco, agora está diferente. Tira-se inúmeras fotografias em busca da pose perfeita, filma o espetáculo no momento que o artista toca a música favorita, posta em rede social e divide a atenção do resto do show com a repercussão da postagem. Com o tempo, os registros vão perdendo a graça e, por vezes, são descartados para cederem espaço a outros.
Uma queixa constante que recebo são de pessoas que se sentem preteridas em relação ao telefone celular do cônjuge. Estão sempre com a sensação de que ocupam segundo plano na vida do seu amor. Aliás, o celular que tanto nos ajuda também pode ser um grande vilão. Num momento a dois, por exemplo, atender ligações ou responder mensagens que não são de suma importância, além de ser pouco educado, é como dar atenção a quem furou a fila. É possível que, futuramente, encontraremos um ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual, mas, pelo visto, essas questões ainda darão muito “pano pra manga”.
Me refiro a mundo virtual não só redes sociais, mas também aplicativos de conversa, grupos, whatsapp e demais recursos que ligam uns aos outros sem ser fisicamente.
A tecnologia vai acompanhando à altura. Enquanto se cria um aplicativo para denunciar a mensagem lida, aparece outro para proteger dessa denúncia. Uns delatam o bloqueio, outros oferecem o anti-bloqueio. Há mensagens públicas e privadas. E haja códigos e senhas para manter a privacidade que nem sempre está a toda prova.
Se antigamente o ciúme partia do que os olhos podiam ver, agora é do que a cabeça pode imaginar. Não há dúvidas de que novos atritos nasceram junto com as novas conexões. A facilidade de acesso, somada à proteção que o formato virtual oferece, resultou numa nítida diminuição de pudor e uma coragem extra que nem sempre existe quando se está frente a frente.
Mas não foi só o ciúme que aflorou com essa modernidade não. A sensação de rejeição também tomou proporções maiores. Sempre ouço relatos de pessoas que ao enviarem mensagem de texto, se sentem rejeitadas por não receberem a reciprocidade que acham que merecem.
Não há como negar que, no mundo virtual, as pessoas sentem-se mais desobrigadas. É comum a visualização de mensagens e a deliberação de não responde-las. Recentemente ouvi um amigo fazer a seguinte comparação: “enviar mensagem a alguém que está on-line e não receber resposta é o mesmo que entrar numa sala, dar bom dia e ser ignorado”.
Criou-se uma dinâmica diferente no contexto virtual, uma espécie de desobrigação de resposta, desobrigação de despedida e despudores generalizados. Comportamentos estes que se aproximam muito mais da natureza do ser humano do que as formalidades presenciais. O que em tese deveria ser bom – a honestidade comportamental – acaba sendo ponto de conflito.
Outra realidade que a tecnologia nos trouxe foi a fuga do momento presente. Se antigamente você ia a um show e mantinha toda a atenção voltada para o palco, agora está diferente. Tira-se inúmeras fotografias em busca da pose perfeita, filma o espetáculo no momento que o artista toca a música favorita, posta em rede social e divide a atenção do resto do show com a repercussão da postagem. Com o tempo, os registros vão perdendo a graça e, por vezes, são descartados para cederem espaço a outros.
Uma queixa constante que recebo são de pessoas que se sentem preteridas em relação ao telefone celular do cônjuge. Estão sempre com a sensação de que ocupam segundo plano na vida do seu amor. Aliás, o celular que tanto nos ajuda também pode ser um grande vilão. Num momento a dois, por exemplo, atender ligações ou responder mensagens que não são de suma importância, além de ser pouco educado, é como dar atenção a quem furou a fila. É possível que, futuramente, encontraremos um ponto de equilíbrio entre o presencial e o virtual, mas, pelo visto, essas questões ainda darão muito “pano pra manga”.

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