sexta-feira, 19 de junho de 2015

MILAGRE - VIAJAR E SOBREVIVER NO TREM DE POUSO DO AVIÃO



Homem sobrevive a voo de 11h em trem de pouso
Avião viajava de Johannesbugo a Londres; clandestino tem 24 anos e, segundo comunicado, o estado dele é considerado grave



 
Um clandestino que foi encontrado escondido no trem de pouso de um avião que viajou de Johannesbugo a Londres se encontra em estado crítico, enquanto as autoridades suspeitam que outro ilegal caiu na cidade.

A polícia não divulgou detalhes sobre o estado de saúde do clandestino que sobreviveu e informou que está investigando se o corpo de um homem encontrado na quinta-feira no teto de um shopping de Londres é o de outro imigrante que viajava no mesmo avião.

As autoridades acreditam que o homem encontrado com vida tem 24 anos. A polícia confirmou que ele foi encontrado no trem de pouso, com pouca proteção dos 60 graus negativos do lado externo da aeronave durante o voo.

"Sua condição é considerada grave", afirma um comunicado.

Um porta-voz da polícia disse à AFP que a possibilidade de que os dois tenham viajado na mesma aeronave é "uma das linhas da investigação".

A polícia recebeu o aviso da presença de um dos homens no avião às 8H28 e uma hora mais tarde foi informada sobre a descoberta do corpo no teto de um shopping no caminho do aeroporto de Heathrow.

A viagem entre Johannesburgo e Londres tem quase 13.000 quilômetros e o voo dura 11 horas.

Este não é o primeiro caso de morte na tentativa de viajar escondido em trens de pouso.

Em 2012, um homem de Moçambique caiu em uma rua do bairro londrino de Richmond, perto de Heathrow, de um avião que decolou de Angola.

A investigação concluiu que o homem sobreviveu às reduzidas temperaturas em grande parte do voo, mas que ao cair do avião estava praticamente morto.

Ocasionalmente, alguém consegue sobreviver, como no caso do indonésio que viajou escondido em um voo de uma hora entre Sumatra e Jacarta no mês de abril.

Especialistas explicam como jovem sobreviveu em trem de pouso de avião

Na madrugada da última segunda-feira, um adolescente entrou no compartimento do trem de pouso de um avião para voar como clandestino até o Havaí.

 

 
Um assunto intrigou todo mundo, durante a semana. A história do adolescente que fugiu de casa e sobreviveu viajando escondido mais de quatro horas no trem de pouso de um avião.
Quando pulou uma cerca, na madrugada da última segunda-feira, e entrou no compartimento do trem de pouso de um avião para voar como clandestino, o adolescente de 15 anos passou muitas vezes perto da morte. Mas desembarcou vivo no Havaí, depois de cinco horas e meia no ar rarefeito e com temperaturas muito abaixo de zero.
O Fantástico pergunta: como isso aconteceu?
O avião era igual ao Boeing-767 do vídeo acima. Provavelmente o adolescente subiu como quem sobe na carroceria de um caminhão. Foi se apoiando no local, subiu no pneu, se segurou nas barras e conseguiu entrar por um buraco.
Nas fotos do avião da Hawaiian, a porta com aviso de “não pise” está cheia de pegadas do garoto. A porta se abre repentinamente quando o avião já decolou e ganhou altitude.
“O piloto comanda o trem pra subir: a primeira ação que acontece é a porta abrir, então, vem o trem de pouso e entra nesse compartimento”, destaca Ricardo Perez, mecânico de aeronaves.
Muitos passageiros clandestinos caem do avião em voo.
“Esse avião aqui decolando a quase 200 por hora, com porta abrindo pra recolher o trem, turbulência de ar que acontece dentro do local é medonha. Não dá nem pra imaginar está dentro num momento desse”, disse Ricardo Perez.
Quando a porta se fecha de novo, o compartimento está tomado pelo trem de pouso.
Ricardo Perez: As rodas vão ficar mais ou menos nessa condição.
Sônia: Provavelmente ia se segurar em uma barra?
Perez: Sim, sim. Ou entrar nesse canto.
Sônia: Mas cabe uma pessoa?
Perez: Cabe com jeito dá pra passar. No local, seria uma forma de ficar até bem seguro. Voando abraçadinho nesse canto.
Sônia: E se ele desmaia, fica preso pelo próprio joelho.
Perez: Exatamente. Ele vai apoiar em cima desse braço e vai voar sentado.
Confira no vídeo acima a descrição do que aconteceu.
O compartimento não é pressurizado. E quanto mais o avião sobe, mais rarefeito fica o ar. No Instituto de Medicina Aeroespacial da Força Aérea, uma série de laboratórios prepara aviadores para enfrentar situações de emergência.
Na câmara do vídeo acima, é possível simular as condições de ar rarefeito em diversas altitudes e ao mesmo tempo acompanhar as reações do organismo nessas condições. Numa altitude de cruzeiro, por exemplo, a mais de 10 mil metros, se houver uma despressurização da cabine, a pessoa pode perder a consciência muito rápido, desmaiar em menos de um minuto.
O teste do vídeo acima é de rotina. Na câmara os tripulantes vão sentindo os efeitos da hipóxia, a falta de oxigênio no sangue. Primeiro perdem a capacidade de responder a perguntas simples. Em seguida, a consciência.
O voo da Hawaiian Airlines chegou aos 12 mil metros de altitude, bem mais alto que o topo do Everest.
Na subida, os gases que estão na nossa corrente sanguínea se expandem e podem provocar embolia.
Fantástico: E isso pode matar?
“Dependendo do tamanho dessa bolha, pode matar. Ou se não matar, produzir sequelas tipo um acidente vascular cerebral”, disse o Coronel Marcos Leiros, diretor do Instituto de Medicina Aeroespacial.
Tadeu: Sônia, a gente viu que esse garoto, de apenas 15 anos, enfrentou a situação de altíssimo risco. Como ele sobreviveu?
Sônia: Segundo os especialistas, quando começou o frio mais intenso, ele já estava desmaiado. E isso elimina dois fatores de risco: que são o estresse e a descarga de adrenalina. Que deixa a pessoa mais agitada, pedindo mais oxigênio. Em vez disso, o que aconteceu? Ele foi esfriando E tudo no organismo foi ficando mais lento. Os batimentos cardíacos, a menos de 30 por minuto, quando o normal é ficar entre 60, 80; a respiração espaçada; e o cérebro demandando menos oxigênio. E o oxigênio era exatamente o que ele não tinha naquela altitude.
Tadeu: Ou seja, ele estava realmente igualzinho a um animal em hibernação.
Sônia: Exatamente.
Nos hospitais do Rio, o resfriamento de pacientes após parada cardíaca é pratica comum. Mas fora da UTI, como garantir que essa temperatura não caia demais provocando em vez de hibernação, a morte.
“Você tem que imaginar que outras coisas estavam acontecendo. Ele tinha uma fonte de calor próxima ou a hipotermia que ele se sujeitou não foi tão grande. Mas uma hipotermia grave por cinco horas é difícil que a pessoa sobreviva”, disse o neurologista Bernardo Liberatto.
Sônia: Passa algum tipo de calor por esses canos aí atrás?
Perez: Sim. No local, são tubulações hidráulicas. A gente tem calor, produzido pelo movimento do fluido dentro dos tubos. Além do próprio calor que vem do pneu e do freio.
Os pneus sobem tão quentes que a temperatura chega aos 50 graus no local. E vai esfriando na altitude, porque o ar fora do avião é de 60 negativo. Médicos espanhóis mediram a temperatura dentro do trem de pouso em voo. E descobriram que depois de oito horas, ela ficou entre seis e dez negativos. Frio, mas bem mais suportável do que os 60 negativos do lado de fora do avião. Foi por isso que ele não morreu congelado.
O garoto ainda escapou de cair quando o trem se abriu, quilômetros antes da aterrissagem.
O avião estava no chão há uma hora quando ele, já aquecido, recobrou a consciência. Saiu sozinho do avião. Foi encontrado na pista, desorientado.
Não foi preciso milagre para o menino sobreviver, mas uma super dose de sorte.

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