O MAL QUE AS DOAÇÕES DE
CAMPANHA FAZEM AO BRASIL
Estão
previstos gastos para as eleições presidenciais desse ano de mais de 1 bilhão
de reais.
Dos 20
maiores doadores de campanha, 10 são empreiteiras, ou braços desse setor.
Há décadas grande
parte dos escândalos e CPIs nacionais, estaduais ou municipais nasce nesse território:
o das empreiteiras e similares.
Escândalos
ligados a obras são centenas. E suas origens estão quase sempre nas licitações
pós-campanhas, e nos acertos de campanha.
Há também as
“maracutaias” conectadas ao setor de incorporações imobiliárias que não são
divulgadas, mas infernizam o cotidiano das cidades.
O esquema é
o de sempre: campanhas são financiadas e, em troca, Executivo, Legislativo ou
funcionários liberam geral.
Cada um
constrói o que quiser, onde quiser e com a altura que quiser. Daí cidades são
arrebentadas como o foram São Paulo, Salvador, Rio, Recife e tantas outras.
Daí shoppings
onde não deveria existir nem uma padaria. Daí prédios onde não se deveria
liberar nem uma tenda.
Existem
outros motivos dessa nefasta troca de favores para possibilitar a multiplicação
de engarrafamentos e de cidades enfartadas.
Até aqui o
PMDB levou algo como R$ 51 milhões dos R$ 170 milhões doados, até o momento perfazendo
30% das doações. O PMDB é a grande “cunha” no Congresso Nacional.
Cada
congressista tem o direito de incluir no Orçamento anual da União até R$ 15
milhões em emendas individuais.
Isso dá R$
60 milhões por cabeça a cada mandato, R$ 35 bilhões a cada legislatura. Tal
direito foi conquistado na marra; para não dizer que foi fruto de chantagem.
No meio
dessa farra toda com o dinheiro público - quem vai propor a reforma política?
Os atuais congressistas não irão propô-la e também não irão contribuir para
isso, como fazem atualmente.
No faz de
conta, a reforma política seria com ou sem Constituinte Exclusiva? Com ou sem
financiamento público para campanhas? Com ou sem voto distrital? Com ou sem
fidelidade partidária? Com ou sem cláusula de barreira?
São muitas
as reformas que precisam ser feitas e com relação a todos elas o que se vê é o
silêncio e com certeza à espera do estouro do próximo escândalo e dos ecos da
marquetagem para abafá-los.
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