terça-feira, 12 de agosto de 2014

DOAÇÕES DE CAMPANHA E O SEU MAL



O MAL QUE AS DOAÇÕES DE CAMPANHA FAZEM AO BRASIL

Estão previstos gastos para as eleições presidenciais desse ano de mais de 1 bilhão de reais.
Dos 20 maiores doadores de campanha, 10 são empreiteiras, ou braços desse setor.
Há décadas grande parte dos escândalos e CPIs nacionais, estaduais ou municipais nasce nesse território: o das empreiteiras e similares.
Escândalos ligados a obras são centenas. E suas origens estão quase sempre nas licitações pós-campanhas, e nos acertos de campanha.
Há também as “maracutaias” conectadas ao setor de incorporações imobiliárias que não são divulgadas, mas infernizam o cotidiano das cidades.
O esquema é o de sempre: campanhas são financiadas e, em troca, Executivo, Legislativo ou funcionários liberam geral.
Cada um constrói o que quiser, onde quiser e com a altura que quiser. Daí cidades são arrebentadas como o foram São Paulo, Salvador, Rio, Recife e tantas outras.
Daí shoppings onde não deveria existir nem uma padaria. Daí prédios onde não se deveria liberar nem uma tenda.
Existem outros motivos dessa nefasta troca de favores para possibilitar a multiplicação de engarrafamentos e de cidades enfartadas.
Até aqui o PMDB levou algo como R$ 51 milhões dos R$ 170 milhões doados, até o momento perfazendo 30% das doações. O PMDB é a grande “cunha” no Congresso Nacional.
Cada congressista tem o direito de incluir no Orçamento anual da União até R$ 15 milhões em emendas individuais.
Isso dá R$ 60 milhões por cabeça a cada mandato, R$ 35 bilhões a cada legislatura. Tal direito foi conquistado na marra; para não dizer que foi fruto de chantagem.
No meio dessa farra toda com o dinheiro público - quem vai propor a reforma política? Os atuais congressistas não irão propô-la e também não irão contribuir para isso, como fazem atualmente.
No faz de conta, a reforma política seria com ou sem Constituinte Exclusiva? Com ou sem financiamento público para campanhas? Com ou sem voto distrital? Com ou sem fidelidade partidária? Com ou sem cláusula de barreira?
São muitas as reformas que precisam ser feitas e com relação a todos elas o que se vê é o silêncio e com certeza à espera do estouro do próximo escândalo e dos ecos da marquetagem para abafá-los.

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