sábado, 30 de maio de 2020

PROTESTOS NOS EEUA POR MORTE DE NEGRO POR POLICIAIS


Protestos por morte de homem negro pela polícia chegam à Casa Branca

AFP 






© Nicholas Kamm Manifestantes de reúnem em frente à Casa Branca, em Washington, 29 de maio de 2020 em protesto contra a morte de George Floyd, um negro falecido em Minneapolis depois que um policial branco pressionou seu pescoço com o joelho por vários minutos
Centenas de pessoas revoltadas com a morte de um homem negro sob custódia da polícia em Minneapolis protestaram no entorno da Casa Branca, em Washington, nesta sexta-feira (29), em um clima de tensão que se espalhou por várias cidades de todos os Estados Unidos.
O presidente Donald Trump estava na sede do Executivo americano durante o protesto, que começou em um parque em frente ao edifício, onde algumas de dezenas de agentes do serviço secreto enfileiraram barricadas.
Os manifestantes levavam cartazes com dizeres como "Parem de nos matar" e pediam justiça para George Floyd, morto na segunda-feira quando um policial branco pressionou por vários minutos seu pescoço com o joelho. Floyd estava algemado e desarmado.
Confrontos do lado de fora da Casa Branca foram desviados e os manifestantes seguiram caminhando pelas ruas de Washington até o Capitólio, sede do Congresso.
A violenta prisão e morte de Floyd, flagrada em um vídeo que viralizou na internet, reabriu feridas profundas em um país marcado pela desigualdade racial.
A prisão e a denúncia por homicídio culposo contra Derek Chauvin, o policial de Minneapolis que pressionou o pescoço de Floyd, aparentemente não foram suficientes para conter a revolta em Minneapolis, sacudida há três dias por atos violentos que destruíram partes da cidade.




© Gilles CLARENNE O policial que matou um afro-americano algemado após se ajoelhar sobre o pescoço dele foi acusado, segunda as leis locais, nesta sexta-feira de assassinato em terceiro grau e homicídio culposo. O agente de Minneapolis foi demitido e preso.
Os manifestantes permaneciam nas ruas da cidade na noite desta sexta-feira, desafiando o toque de recolher, decretado às 20h locais (22h de Brasília).
Protestos também foram registrados em Nova York, Houston, Atlanta, Detroit, Las Vegas, San José e Memphis.


O BRASIL É UM DOS PAÍSES COM MAIOR NÚMERO DE MORTOS POR COVID-19 NO MUNDO


Brasil registra 1.124 mortes em 24h e se torna o 5º país do mundo com mais óbitos por coronavírus


Sandy Oliveira 







O Brasil registrou pelo quarto dia consecutivo mais de mil mortes por covid-19 em 24 horas e passou a ocupar a quinta posição no ranking mundial de países com mais óbitos pela doença, ultrapassando a Espanha. Foram 1.124 mortes registradas de ontem para hoje, elevando o total para 27.878 no País. Apenas os Estados Unidos apresentaram, até o momento, mais que três dias seguidos com óbitos superiores a mil entre um dia e outro.
Na lista das nações com mais mortes acumuladas, o Brasil ocupa a 5ª posição agora e está bem próximo do quarto lugar. Só fica atrás de Estados Unidos (102.516), Reino Unido (38.243), Itália (33.229) e França (28.717). A Espanha está agora na sexta posição, com 27.121, segundo dados da universidade Johns Hopkins.
O balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira, 29, aponta o total de 465.166 diagnósticos da doença em todo o território nacional, sendo 26.928 novos casos confirmados entre ontem e hoje. Há, ainda, 4.245 pessoas com sintomas relacionados ao coronavírus sob investigação, de acordo com a pasta. Do total de óbitos confirmados, somente 331 ocorreram nos últimos três dias.
Com reabertura das atividades econômicas já anunciada, o Estado de São Paulo segue liderando em número de casos e óbitos, com 101.556 diagnósticos e 7.275 mortes. O Rio tem 47.953 casos e 5.079 óbitos. No Ceará são 38.395 infecções e 2.859 mortes. Os números chegam no momento em que alguns Estados começam a discutir as medidas de flexibilização do isolamento social e reabertura de setores da economia.
Somente em maio foram mais de 186 mil novos casos
No mês de maio, a doença quadruplicou no Brasil, saindo de 91,6 mil casos para mais de 400 mil confirmações da covid-19. Pelo menos metade dos novos registros ocorreram nas duas últimas semanas. O aumento de diagnósticos, no entanto, não reflete a maior testagem da população. Muitos casos continuam subnotificados pela baixa capacidade de realizar exames, apontada pelo Ministério da Saúde, inclusive.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA É CONTRA A APREENSÃO DO TELEFONE DO PRESIDENTE


Aras se manifesta contra pedido para apreender celular de Bolsonaro

Agência Brasil


O procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se pela rejeição de um pedido de partidos de oposição para que seja apreendido o telefone celular do presidente Jair Bolsonaro. A manifestação foi encaminhada ao ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em notícia-crime, o PDT, PSB e PV requereram a apreensão do celular de Bolsonaro como meio de investigação após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ter acusado o presidente de interferência na Polícia Federal.


Aras manifestou-se pela rejeição de um pedido de partidos de oposição

O ministro Celso de Mello encaminhou o pedido dos partidos para manifestação de Aras, argumentando ser essa a praxe processual. Em resposta, o PGR disse não ser legítimo que terceiros solicitem diligências em investigações penais, uma vez que cabe somente ao Ministério Público conduzir a investigação.
“Quanto às diligências requeridas pelos noticiantes [partidos], como sabido, a legislação processual não contempla a legitimação de terceiros para a postulação de medidas apuratórias sujeitas a reserva de jurisdição, relativas a supostos crimes de ação penal pública”, disse Aras.
O PGR disse que os fatos narrados pela legenda já são alvo de investigação em inquérito aberto por ele mesmo, sob a relatoria de Celso de Mello, e que “as diligências necessárias serão avaliadas na apuração em curso”
As legendas pediram ainda, entre outras diligências, a apreensão de celulares do vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, além dos aparelhos de Moro, do ex-diretor da PF Maurício Valeixo e da deputada Carla Zambelli (PSL-SP).
GSI
Após Celso de Mello ter pedido a manifestação de Aras sobre o assunto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), Augusto Heleno, divulgou nota afirmando que a apreensão do celular de Bolsonaro é “inconcebível” e “poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. Ele classificou o pedido de “afronta” à intimidade do chefe de Estado.
Nesta quinta-feira (28), ao chegar ao Palácio da Alvorada, o ministro Augusto Heleno foi questionado pela imprensa sobre a nota, que foi interpretada como agressiva por autoridades como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ministros do Supremo. O ministro disse que é preciso que “seja buscado equilíbrio, bom senso, harmonia e o respeito entre os Poderes”. "Fiz uma nota simplesmente genérica e houve uma distorção. Teve gente que colocou o nome do ministro Celso de Mello, como se eu tivesse dirigindo a nota a ele. Não dirigi a nota a ninguém", disse o ministro Augusto Heleno.
O ministro do GSI reafirmou que não há razão plausível para a apreensão do celular do presidente da República. “Tem que ver os dois lados. Vamos manter o equilíbrio entre os Poderes, limitar as decisões às atribuições dos respectivos Poderes e é isso que está se pleiteando. No momento que há uma manifestação de uma possibilidade de ser apreendido o celular do presidente da República, se nós ficarmos calados, eu principalmente que sou responsável pela segurança institucional, parece que eu estou concordando. Sou absolutamente contra isso, não pode nem ser ventilado”.
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (28) que a operação da Polícia Federal (PF) desencadeada ontem (27), autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem como objetivo censurar as mídias sociais e atingir quem o apoia. “Estão perseguindo gente que apoia o governo de graça. Querem tirar a mídia que eu tenho a meu favor sob o argumento mentiroso de fake news. Não teremos outro dia igual ontem, chega, chegamos no limite”, disse, em pronunciamento à imprensa ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira.
Os mandados de busca e apreensão cumprido ontem foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito das fake news no STF. O inquérito tem por objetivo apurar a existência de esquemas de financiamento por empresários e divulgação em massa nas redes sociais de notícias falsas e ofensas contra autoridades da República.
De acordo com Bolsonaro, a equipe de governo trabalhou ontem o dia todo e, por volta da meia-noite, entrou com habeas corpus contra a operação. Para ele, as pessoas alvos dos mandados tiveram sua propriedade privada violada e sua honra atentada ao serem surpreendidas com a PF batendo em suas casas. “Nunca tive intenção de controlar a Polícia Federal, pelo menos isso serviu para mostrar ontem. Mas, obviamente, ordens absurdas não se cumprem. E nos temos que botar um limite nessas questões.”
Bolsonaro disse que está à disposição para conversar com os presidentes dos outros poderes e que respeita as instituições e criticou decisões monocráticas. “Ontem foi o último dia e eu peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar melhor e mais poderosas que os outros, que se coloquem no seu devido lugar, que nos respeitemos. Não podemos falar em democracia sem um Judiciário independente, um Legislativo independente para que possam tomar decisões, não monocraticamente, por vezes, mas as questões que interessam ao povo como um todo que tomem, mas de modo que seja ouvido o colegiado”, disse.
Para Bolsonaro, é preciso que as autoridades sejam humildes e corrijam o que, por ventura, fizeram de errado. “Eu já errei e me desculpei, os outros devem fazer a mesma cosia. Essa crise, que está aparecendo aí, não interessa para ninguém”, disse, pedindo que “não mergulhem o Brasil numa crise política” e usem “a sua caneta ou seu voto para o bem do nosso país”.
O presidente argumentou ainda que a operação de ontem foi um atentado às liberdades individuais e à liberdade de expressão. Segundo ele, as mídias sociais são complementares à mídia tradicional e o chamado "gabinete do ódio" é uma invenção em que algumas pessoas acreditam. “Essa mídia social me trouxe à Presidência, sem ela não estaria aqui. Não gastei nada, nunca tive nada de recurso para fazer campanha, foi o povo que me colocou aqui”, disse.
De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, o chamado "gabinete do ódio" é apontado, nos depoimentos de parlamentares ouvidos no inquérito, como a associação criminosa “dedicada à disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.