terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS É CRÍTICA


Para cada cem servidores públicos do Estado na ativa, existem 128 inativos

Tatiana Moraes








Projeto de reforma da Previdência que está no Congresso vai influenciar o regime do funcionalismo público mineiro



A implantação da reforma da Previdência, proposta pelo governo federal, pode dar fôlego ao caixa do Estado. Com a imposição da idade mínima para se aposentar e o aumento da contribuição dos servidores, a expectativa é a de que, ao longo dos anos, aumente o número de pessoas na ativa e reduza o de aposentados e pensionistas. Hoje, para cada 100 funcionários trabalhando na máquina púbica estadual, existem 128,7 recebendo o benefício.
O estudo é da pesquisadora Vilma da Conceição, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)/ Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o levantamento, Minas Gerais é o segundo pior estado na relação entre beneficiários e contribuintes do país, com índice de dependência de 128,7%. Em primeiro lugar está o Rio Grande do Sul, com razão de 167%. Significa que para cada 100 pessoas trabalhando no governo, 167,2 recebem aposentadoria ou pensão.
Sem a reforma, conforme Vilma, haverá aceleração do resultado, piorando cada vez mais o quadro em Minas. Hoje, o Estado conta com 198.945 servidores ativos e 256.031 aposentados e pensionistas. Como reflexo, o gasto com a Previdência tem aumentado ano a ano. Em 2010, era de R$ 6,1 bilhões. Em 2018, saltou para R$ 16 bilhões, elevação de 162%.
Os números são insustentáveis, afirma a pesquisadora. “Se a quantidade de beneficiários é maior do que a de contribuintes, tudo indica que o sistema entrará em colapso. Ele não se sustenta”.
Ela destaca, ainda, que a implantação da idade mínima para aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 para homens) vai inverter a razão entre contribuintes e beneficiários.
Hoje é aplicada a fórmula 86/96 para que o direito seja concedido. Mulheres podem se aposentar com o teto de R$ 5.839,45, desde que o tempo de contribuição mais a idade somem 86 anos. Para os homens, o número é 96. Se o novo texto passar, haverá idade mínima. Ou seja, as pessoas vão trabalhar por mais tempo e, consequentemente, pagarão mais.
A pesquisadora pondera que a proposta de aumento da contribuição dos servidores é outro ponto que pode ajudar no caixa dos estados, mas não é suficiente para resolver o problema.
Hoje, os servidores colaboram com 11% do salário. Se o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019 for aprovado, a contribuição mensal dos empregados da máquina pública poderá chegar a 16,79%. Em contrapartida, o piso também sofrerá alterações. Nesse caso, para baixo. “Quem ganha menos, vai contribuir com menos. A colaboração para um salário mínimo, por exemplo, será de 7,5%”, diz Vilma.
A proposta também prevê que o índice poderá subir para 14% para todos, caso haja déficits financeiros atuariais. Ou seja, se estudos mostrarem que o sistema pode falhar, levando em consideração o cenário atual, a contribuição pode aumentar.
“Hoje, se observarmos receita e despesa, temos déficit. Mas, se a gente trabalha com projeções demográficas e espera um boom demográfico, esse déficit vai sumir. Se trouxermos o cálculo ao valor presente do pagamento de inativos, o sistema tem que ser equilibrado”, explica.

Solução financeira ignora impacto social, sobretudo para idosos
mbora o caixa do governo possa ganhar um reforço com a reforma previdenciária, especialistas afirmam que faltam estudos que mostrem os impactos sociais da aplicação do novo texto. A redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos que não têm como se sustentar nem possuem família, é um dos pontos polêmicos. A ideia é passar o valor de R$ 998 para R$ 400. Sem verba, dizem especialistas, essas pessoas tendem a sobrecarregar o sistema de saúde e a viver da “caridade”.
Hoje, por exemplo, maiores de 65 anos sem família têm direito ao BPC de um salário mínimo. A Proposta de Emenda Constitucional(PEC) 6/2019 prevê redução no valor, mas estende o prazo. Se as novas regras forem aprovadas, os idosos que comprovarem a necessidade poderão usufruir do direito dos 60 aos 69 anos.
O problema é que quem usa o BPC diz que o valor de R$ 998 já é insuficiente, e que os R$ 400 não dariam para cobrir as despesas, pois idosos demandam mais gastos com remédios e plano de saúde.
Com insuficiência renal crônica, a aposentada Eurides Maria de Jesus, de 84 anos, está na UTI há alguns dias. O tratamento só foi possível porque a família que ela adotou há muitas décadas assumiu os custos.
“O valor (do BPC) é irrisório, não dá para nada. Ela mora conosco e não precisa pagar aluguel, uma pessoa para ajudá-la, plano de saúde, essas coisas. E, mesmo assim, o valor é insuficiente. Imagina se fossem R$ 400?”, critica a neta adotiva de dona Eurides, Marcela Leite.
O presidente do Instituto de Educação Previdenciária (Ieprev), Roberto Carvalho, afirma que uma reforma é necessária, mas destaca que o texto, como foi apresentado, vai prejudicar o contribuinte.
“As pessoas não vão se aposentar. E, quando aposentarem, vão receber pouco. O texto é similar ao que foi aplicado no Chile em 1981, quando o país era governado pelo ditador Augusto Pinochet”, diz.
No país vizinho, 936 pessoas maiores de 70 anos se suicidaram entre 2010 e 2015, conforme o Estudo Estatísticas Vitais, realizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE). O país ocupa o primeiro lugar no ranking de suicídios na América Latina.


NOTÍCIAS SOBRE A BARRAGEM DE BRUMADINHO-MG


De meio bilhão de reais em multas após tragédia, nada foi pago pela Vale

Simon Nascimento











Tragédia completou um mês nesta segunda-feira (25)



Passado um mês do rompimento da barragem em Brumadinho, na Grande BH, nenhum centavo dos R$ 507 milhões em multas foi pago pela Vale. As atuações foram aplicadas por diferentes órgãos públicos devido aos estragos provocados pelos rejeitos de minério. Há punições por descumprimento de medidas ambientais, riscos à saúde, contaminação de cursos d’água e destruição de áreas urbanas e rurais.
A chance de recorrer na Justiça é apontada como o principal motivo para a demora. O infrator tem até 30 dias para contestar a sanção e, mesmo após um possível indeferimento, novas contestações podem ser feitas nos tribunais. A estimativa de especialistas é que a lentidão se prolongue até mesmo “por anos”.
Além do meio bilhão de reais imposto após o desastre, a empresa deve ao governo de Minas R$ 297,4 mil por falhas detectadas desde 2011 justamente na mina do Córrego do Feijão. Conforme a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Vale foi multada sete vezes nos últimos oito anos por não apresentar relatórios ambientais sobre a operação do complexo e ignorar ações previstas.
Já as punições aplicadas pela Semad após a tragédia somam R$ 99 milhões. Segundo a secretaria, a mineradora recorreu. Ainda conforme a pasta, “a empresa informou que pagará o valor à vista”, durante audiência ocorrida na 6ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de BH.
Maior
O órgão que anotou a maior infração é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Foram cinco penalidades, totalizando R$ 250 milhões. Segundo o Ibama, a multa ainda está no prazo para a homologação de recurso.
Professora de direito ambiental nas Faculdades Promove, em BH, Juliana Barros Pereira explica que os recursos impetrados pela Vale podem perdurar anos, como é o caso das multas registradas desde 2011. “É uma empresa que exerce influência política e econômica no país. A constituição diz que o recurso tem de ser julgado em prazo razoável pelo judiciário, mas não é o que acontece”.
Outras multas
As prefeituras de Brumadinho e Juatuba também aguardam a quitação de débitos. Na cidade onde ocorreu a tragédia o valor imposto é de R$ 100 milhões devido aos impactos causados. “Deram previsão para pagar o Estado, mas não ao município mais afetado. Estamos devendo fornecedores e o desemprego aumentou com a paralisação da mineração. Já estávamos em crise e agora piorou”, disse o prefeito da cidade, Avimar de Melo Barcelos.
Em Juatuba, também na região metropolitana, a sanção de R$ 50 milhões foi feita sob a justificativa de contaminação do rio Paraopeba, o que impossibilitou o uso da água na produção rural.
“Ainda não recebemos e vamos entrar na Justiça para reter diretamente das contas da Vale”, informou Heleno Maia, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema), vinculado à prefeitura de Juatuba.
Justiça

Diretor do Foro de BH, o juiz Christyano Lucas Generoso explica que a morosidade está ligada aos trâmites legais. Ele ressalta que as penalidades podem ser questionadas administrativa e judicialmente, tanto pelo valor quanto pelo cálculo usado para definir os valores. “Isso sem falar que a Vale pode querer judicializar o problema, o que aumentaria ainda mais esses prazos”, avalia. “Judicialmente, o Tribunal de Justiça (TJMG) já criou um grupo para monitorar processos, como as perícias, e a buscar mais agilidade”, garante o magistrado.
A Vale pode ter que pagar um valor ainda maior em multas. O Ministério Público de Minas Gerais estabeleceu punição de R$ 1 milhão, ao dia, até que a empresa apresentasse medidas de segurança e estabilidade de oito barragens da mineradora com alto risco de rompimento no Estado. A reportagem questionou o MP sobre o valor atualizado do débito, mas não houve retorno.
A Vale foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição. Por meio da assessoria de imprensa, foi dito que uma resposta seria dada após o meio-dia de hoje, o que não ocorreu.
(Colaborou Raul Mariano)
Foi negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) o pedido feito pela Vale para retomar atividades nas barragens cuja estruturas não foram consideradas seguras. Conforme nota divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a mineradora recorreu da decisão oriunda da Ação Civil Pública (ACP) proposta pela promotoria, que determinou a paralisação das atividades e do lançamento de rejeitos nas estruturas em situação de risco, além de estipular a adoção de medidas cautelares, como contratação de novas auditorias externas independentes para avaliar as barragens.
Ainda de acordo com o MPMG, a decisão ressalta a necessidade de esclarecimento da situação de cada uma das barragens tratadas na ACP. "Resulta imprescindível que auditorias externas e confiáveis sejam realizadas antes da retomada da exploração de minério pela agravante", disse a decisão da Justiça.
Já sobre o argumento da Vale de que a decisão lhe traria prejuízos financeiros, o relator do processo afirmou que “está convicto de que, por ora, eventuais prejuízos financeiros são preferíveis a novas tragédias”.

Por fim, a decisão esclarece que as auditorias devem ser realizadas em todas as estruturas, independentemente do método de construção da barragem, e que os relatórios e planos de ação devem ser elaborados com urgência.
A ACP
O Ação proposta pelo MPMG tinha como objetivo a garantia das condições de segurança e estabilidade das seguintes barragens da Vale: Laranjeiras; Menezes II; Capitão do Mato;  Dique B; Taquaras; Forquilha I; Forquilha II e Forquilha III.
"A ação foi proposta com base em documentos obtidos pelo MPMG em razão de requisição à Vale. Os documentos fornecidos pela empresa noticiam que as estruturas acima mencionadas – bem como a Barragem I e IV-A que ficavam em Brumadinho - estão em zona de Atenção (ALARP ZONE) e que essa informação era do conhecimento da empresa desde outubro de 2018", disse o órgão no início de fevereiro.
Todas as oito barragens que fazem parte da ACP estão localizadas nas proximidades de núcleos urbanos, com pessoas morando ou transitando na zona de autossalvamento - região onde o tempo de chegada da onda de rejeitos é de até 30 minutos ou 10 km de distância.
Subiu para 179 o número de óbitos identificados em decorrência do rompimento da barragem da Mina do Feijão, administrada pela Vale, em Brumadinho, na Grande BH. Trinta dias após a tragédia varrer parte do município, 131 pessoas ainda estão desaparecidas e 185 estão desabrigadas. Os números foram apresentados pela Defesa Civil na tarde desta segunda-feira (23), durante uma coletiva de imprensa.
Segundo o capitão Junior Silvano, diretor de Resposta à Desastres da Defesa Civil Estadual, na semana passada, foi encaminhada para a Secretaria Nacional de Defesa Civil um processo para determinar situação de calamidade pública no município. "É condição para que a Caixa Econômica Federal faça a liberação do FGTS aos atingidos pelo rompimento", disse. A princípio, esse pedido foi só para Brumadinho e não para outras cidades que tiveram barragens com risco de rompimento nas últimas semanas.
O capitão ainda comunicou que moradores de cerca de 40 comunidades, que tiveram o acesso à cidade prejudicado após o mar de lama invadir parte do município, terão um novo acesso provisório a outras localidades de Brumadinho. A estrada, que deverá ser entregue nos próximos dias, vai substituir, temporariamente, a ponte que estava com previsão de ser entregue no dia 1º de março. O atraso ocorreu, segundo capitão Junior, por conta das chuvas.
"Já tivemos retorno, e o acesso está construído. Mas, encontramos situações de risco no local. Colocamos como condições que a empresa faça a retirada de caminhões, sinalize o local e instale iluminação noturna para que as pessoas passem de forma segura", acrescentou o capitão, que deverá ir até o local nesta terça-feira (26) para apurar a situação.
Outras cidades
Ainda no pronunciamento, o capitão atualizou os números de desabrigados de outras cidades que passaram pelo temor de um novo rompimento de barragem. Segundo ele, cerca de mil pessoas tiveram que deixar suas casas, além de Brumadinho, em Nova Lima, Itatiaiuçu e Barão de Cocais. "Em Nova Lima, 70 pessoas foram evacuadas. No distrito de Macacos, 317. Em Itatiaiuçu, 206 deixaram suas casas e 450 em Barão de Cocais", enumerou. Já em Brumadinho, o número da Defesa Civil municipal mostra que 185 estão nessa condição.


CRISE NA VENEZUELA - OPINIÃO DOS EUA - BRASIL - ONU


Vice-presidente dos EUA anuncia que país vai impor mais sanções à Venezuela

Agência Brasil










O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, durante reunião do Grupo de Lima, em Bogotá


Reiterando a legitimidade do presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e com críticas severas ao governo de Nicolás Maduro, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou nesta segunda-feira (25) novas sanções ao país vizinho. Ele recomendou ainda que 12 dos 14 membros do Grupo de Lima façam o mesmo, uma vez que Canadá e Colômbia impuseram restrições à gestão de Maduro.
"Nos próximos dias, os Estados Unidos anunciarão sanções ainda mais fortes contra as corruptas redes financeiras do regime. Encontraremos cada dólar que eles roubaram e devolveremos esse dinheiro para o povo venezuelano à medida que continuamos a trazer benefícios econômicos e diplomáticos”, afirmou Pence, que participa em Bogotá, Colômbia, da reunião do Grupo de Lima, convocada extraordinariamente para discutir a crise venezuelana.

Formado em 2017 por chanceleres dos países das Américas, o grupo tem por objetivo tratar da situação da Venezuela e buscar formas de o país voltar à normallidade democrática.
Segundo Mike Pence, a pressão será mantida. “[Vamos fazer] pressão sobre o regime de Maduro, esperamos uma transição pacífica para a democracia, mas, como o presidente [Donald] Trump deixou claro, todas as opções estão na mesa."
Militares
Pence se dirigiu também aos militares das Forças Armadas da Venezuela que se mantêm fieis a Maduro. De acordo com o vice-presidente americano, é “chegada a hora”  de compreender a legitimidade de Guaidó como presidente interino e aceitar a oferta de anistia. Do contrário, Pence foi claro: as consequências serão graves, e o isolacionismo é certo.
“Vocês podem escolher aceitar a oferta de Guaidó de anistia, mas se vocês escolherem continuar a apoiar Maduro, vocês serão responsabilizados. Vocês não vão encontrar nenhuma saída fácil, nenhuma escapatória”, ressaltou o norte-americano.
Pence negou que os Estados Unidos ou Guaidó adotem medidas com caráter de vingança. “O presidente Guaidó não busca a vingança, os Estados Unidos, também não. Se vocês [militares venezuelanos] assumirem a bandeira da democracia, o presidente Guaidó e os governo dos Estados Unidos vão acolher e garantir que serão liberados das sanções impostas.”
Dinheiro
O vice-presidente anunciou ainda o repasse de US$ 56 milhões a mais para apoiar os países da região no suporte à Venezuela. Pence destacou o papel da poppulação venezuelana, que saiu às ruas pedindo democracia e liberdade. “O povo que ama a liberdade da Venezuela, saiba que vocês não estão sozinhos.”
Ele afirmou ainda que o esforço internacional é para assegurar uma transição pacífica na Venezuela. “Chegou a hora”, repetiu o vice-presidente, mais de uma vez. “O dia está chegando”, afirmou. “O povo verá o renascimento da liberdade. O bom povo da Venezuela.”
A situação na fronteira do Brasil com a Venezuela foi assunto de reunião nesta segunda-feira (25), no Palácio do  Planalto, entre o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os quatro comandantes das Forças Armadas.
O encontro ocorreu após um fim de semana de tensão e conflitos em Pacaraima, Roraima, na fronteira​ do Brasil​ com a Venezuela, e a tentativa frustrada de envio de ajuda humanitária do governo federal ao país vizinho, que enfrenta crise de abastecimento.
​Ao deixar o Palácio do Planalto​, o​ chefe de Logística e Mobilização do Exército, general Laerte de Souza Santos, ​disse que a ajuda humanitária do Brasil pro​ssegue na fronteira, por meio da Operação Acolhida​. Além de Azevedo, estiveram na reunião os comandantes da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior; do Exército, general Edson Leal Pujol; da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez; e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, interino, almirante Cláudio Portugal de Viveiros.
Enquanto isso, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, estão em Bogotá, na Colômbia. Eles participam de encontro do Grupo de Lima, formado por países das Américas para tratar do acirramento da crise na Venezuela.
A crise na Venezuela é tema desta segunda-feira, (25) em Genebra (Suíça) da 40ª sessão do  Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O secretário-geral, António Guterres, a presidente da Assembleia-Geral, María Fernanda Espinosa, e a alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, participarão.
A reunião dura três dias e conta com a presença de representantes de mais de 90 países, organizações regionais e internacionais. Ontem (24) Bachelet criticou duramente os atos de violência registrados nas regiões fronteiriças da Venezuela, e parlamentares venezuelanos prometeram apresentar denúncia contra o governo de Nicolás Maduro pelas ações.
O Conselho de Direitos Humanos é composto por representantes de 47 países não permanentes. Neste momento, Angola e o Brasil são as únicas nações de língua portuguesa representados.
Discussões
Nesta segunda-feira haverá discussão de alto nível sobre disseminação de direitos humanos. Amanhã (26)  será analisada a questão da pena de morte. O Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, em 15 de março, será marcado com um debate sobre o crescimento do populismo nacionalista e ideologias de supremacia.
Relatores especiais de áreas como alimentação, tortura, alojamentos, liberdade religiosa, direitos de pessoas com deficiência e privacidade digital participarão das sessões.
Relatórios
Bachelet prepara o relatório anual a ser apresentado no próximo dia 6. A sessão, que começa hoje e estende-se até quarta-feira (27), discute também as situações de tensão na Colômbia, no Chipre, na Guatemala, em Honduras, no Irã e no Iêmen.
Durante as sessões serão fornecidas atualizações sobre as situações em países, como Síria, Mianmar, Eritreia, Burundi, Sudão do Sul, Irã e Coreia do Norte. Palestina, República Democrática do Congo, Mali, Ucrânia, República Centro-Africana, Líbia e Afeganistão.
Na ocasião serão analisados 120 relatórios, apresentados por mais de 35 especialistas e grupos de direitos humanos. Também estão agendados nove debates gerais.